Um terço dos brasileiros desperdiça dados móveis
Um terço dos brasileiros desperdiça dados móveis da franquia contratada junto a operadora, o que significa perder dinheiro ao final do mês, informa o analista Sênior do Ericsson Consumer & Industry Lab, André Gualda. Em entrevista ao portal Convergência Digital, o especialista revela que, por ano, o usuário médio brasileiro deixa de usar 14,4 gigabytes de dados contratados.
“Isso significa usar streaming de música por 245 horas; ou assistir três temporadas de Games of Thrones, entre outras situações. É muito dado jogado fora. O momento é o de repensar e passar usar o gigabyte como moeda em uma relação transparente com a operadora. As pessoas contratam dados ilimitados para ter paz de espírito e não correr risco de ficar sem Internet. O jogo não pode ser esse. O usuário tem de pagar pelo que consome e o preço justo”,ressalta Gualda.
Pesquisa recente feita pelo ConsumerLab da Ericsson com 14 mil usuários, entre eles consumidores do Brasil, mostra que os usuários consideram os serviços das operadoras complexos e complicados de entender. No Brasil, observa Gualda, dois em cada três usuários de smartphones entrevistados disseram não entender o plano de dados contratado tampouco como acontece a contabilidade do consumo de dados.
“Os consumidores querem um modelo mais intuitivo, mais simples. O 5G está chegando e é a grande oportunidade de as operadoras darem a virada necessária para recuperarem o engajamento com os seus consumidores”, destaca Gualda. O estudo da Ericsson mostra ainda que segue a percepção do consumidor que celular é caro e o Wi-Fi é de graça.
“No Brasil, mesmo com plano ilimitado de dados da operadora móvel, o consumo de Wi-Fi não muda. Um usuário brasileiro médio gasta cerca de 5 gigabytes ne rede celular e usa 25 gigabytes em rede Wi-Fi, abordagem bastante semelhante à de vários países no mundo”, salienta Gualda.
Neste momento, o ConsumerLab está desenvolvendo a maior pesquisa sobre 5G do mundo- estão sendo ouvidos24 países, entre eles o Brasil, para entender os diferentes modelos de negócios possíveis para a nova tecnologia. O estudo deverá ser divulgado mundialmente no final de abril.
Em maio, antecipa Gualda, será divulgada uma análise exclusiva do cenário para o Brasil. “O 5G chegou para mudar tudo. É a chance de a operadora retomar a relevância junto ao seu usuário. Hoje todo mundo é relevante, fabricante de smartphone, OTTs, e as operadoras não são citadas e são elas que constroem a infraestrutura. São elas que viabilizam os serviços”, completa o analista da Ericsson.