Venda de ativos reduz dívida da Oi para R$ 16 bilhões
O presidente da Oi, Rodrigo Abreu, afirmou nesta sexta, 12/8, que aguarda as autorizações para concluir as últimas vendas de ativos da operadora em recuperação judicial, o que espera acontecer até o início de 2023. Com isso, aponta o executivo, a dívida da Oi será reduzida para R$ 16 bilhões – eram R$ 65 bilhões quando o processo começou, há seis anos.
“Após todas as transações, existem mudanças significativas na estrutura de capital, com a redução da divida, que agora caiu para R$ 16 bilhões, e na dinâmica de fluxo de caixa. E temos possibilidade da entrada de caixa ainda em 2022 com a venda da infraestrutura fixa”, afirmou durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre.
Como explicou aos bancos, a Oi está “trabalhando para extrair valor de todos os ativos, como no caso da DTH. Estamos aguardando aprovação do juiz da recuperação judicial e da Anatel. E também anunciamos a venda de alguns ativos, de torres fixas, que consideramos um caixa adicional de R$ 1 bilhão até o início de 2023 e até R$ 600 milhões a serem recebidos até o final de 2026”.
Nesse percurso, porém, a Oi encerrou o segundo trimestre de 2022 com prejuízo de R$ 321 milhões – depois de registrar lucro de R$ 1,7 bilhão no período de janeiro a março. A receita líquida caiu 37%, para R$ 2,77 bilhões (foi R$ 4,4 bi no primeiro trimestre), o que segundo a Oi reflete a conclusão das vendas da Oi Móvel e da V.tal.
“Nossos números ainda mostram a transição da empresa. Mas depois de concluir os principais M&As, estaremos focados no core”, disse Rodrigo Abreu ao apresentar os resultados. “Houve queda de receita total devido às operações que foram descontinuadas, mas um crescimento acelerado na receita core, fibra e Oi Soluções, que já representa 67% das receitas da nova Oi. Ainda há impacto do legado.”
Sobre esse legado, o destino da concessão de STFC é a prioridade. “Precisamos continuar com ênfase nos processos de arbitragem e migração nos próximos meses, porque esses processos, que devem ser concluídos nos próximos 18 a 24 meses, são críticos para ajudar a sustentabilidade dos negócios legados e da empresa como um todo”, afirmou o presidente da Oi.
E embora reconheça que “as receitas de fibra não conseguiram compensar o legado”, acredita que o futuro é promissor. “Nossas receitas de fibra estão crescendo. O crescimento ano a ano foi de quase 40%. E estamos perto de 4 milhões de casas conectadas. Estamos próximos de R$ 90 [R$ 88,60] de ARPU e sabemos que o ponto chave é o aumento das velocidades nas casas conectadas. Temos um aumento grande na velocidade de 400 Mbps – era 9,6% no segundo trimestre de 2021, chegou a 33% agora. Ela representa 60% das adições líquidas e 23% das casas passadas. Esse número deve aumentar nos próximos trimestres, à medida que vamos diminuindo o foco nas ofertas de 200 Mbps e colocar todo o foco na velocidade de 400 Mbps.”