Telecom

Venda de ativos vai manter investimentos da Oi acima de R$ 7 bilhões

Focada na estratégia de ‘fibra até a casa’, ou FTTH, a Oi anota que já tem 2,5 milhões de casas passadas em 68 cidades e cerca de 291 mil clientes, ou mais de 10% de ocupação. A meta é encerrar 2019 com fibra passada em 4,6 milhões de casas, e 16 milhões até 2021. 

“Quanto ao Capex, vamos superar os R$ 7 bilhões este ano, na verdade chegaremos a R$ 7,5 bilhões. E para o ano que vem esperamos também algo em torno de R$ 7 bilhões. Esperamos venda da Unitel até o quarto trimestre deste ano, como divulgado em nosso plano, e estamos confiantes em ter caixa para manter os investimentos”, afirmou o diretor financeiro da operadora, Carlos Brandão, ao apresentar resultados do segundo trimestre nesta quinta-feira, 14/8.

Além da mencionada participação na operadora Unitel, de Angola, a Oi já avisou que quer vender torres, datacenters e imóveis, em uma série de desinvestimentos sobre o que considera ativos não essenciais e que calcula renderem mais de R$ 7 bilhões. 

A empresa informou, ainda, que já neste segundo semestre de 2019 devem começar a aparecer resultados da desativação de orelhões – houve uma queda de 38%, para 396 mil aparelhos. “No primeiro semestre tivemos custos para desativação de telefones públicos e esperamos capturar ganhos no segundo semestre, mas o impacto geral só no ano que vem”, disse Brandão. 

Resultado financeiro


A receita líquida total da Oi ficou em R$ 5,091 bilhões no segundo trimestre, queda de 8,2% no comparativo anual. No semestre, foi de R$ 10,221 bilhões, recuo de 8,8%. A companhia justifica que todos os segmentos foram impactados pela queda do tráfego de voz, mas ressalta o crescimento da receita de dados no segmento móvel, da receita do FTTH residencial e do TI do corporativo, que compensaram parcialmente a queda.

A receita que mais caiu foi a residencial: 12,1% no trimestre (total de R$ 1,857 bilhão) e 13,4% no semestre (R$ 3,738 bilhões). O segmento de mobilidade pessoal totalizou R$ 1,691 bilhão (recuo de 3,7%) e R$ 3,390 bilhões (queda de 3,8%). O B2B foi responsável por R$ 1,418 bilhão, redução de 7% no trimestre. No acumulado do ano, totalizou R$ 2,834 bilhões, queda de 7,7%.

Com a redução de receitas, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) de rotina caiu 22,1% e encerrou o período de abril a junho com R$ 1,218 bilhão. Considerando desde janeiro, o EBITDA de rotina foi de R$ 2,468 bilhões, recuo de 21,3%. A margem EBTIDA de rotina foi respectivamente de 23,9% (recuo de 4,3 pontos percentuais) e de 24,1% (queda de 3,8 p.p.).

O caixa disponível foi 17,4% no trimestre, total de R$ 4,296 bilhões. A companhia investiu nos três meses R$ 2,061 bilhões (50,7% a mais), e R$ 3,766 bilhões no semestre (51,7% de crescimento), especialmente com foco em expansão de FTTH e cobertura 4G. Assim, o fluxo de caixa operacional (EBITDA – Capex) de rotina ajustado foi negativo em R$ 469 milhões no trimestre e R$ 571 milhões no semestre, revertendo fluxo de caixa positivo registrado em 2018.

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