Telecom

Via Varejo monta rede nacional de Wi-Fi e usa o celular como meio de venda

Responsável pelas redes Casas Bahia e Ponto Frio, pela Móveis Bartira e pela administração da operação de comércio eletrônico do Extra, a Via Varejo possui 1.070 lojas em todo o Brasil, vai usar o celular como canal de suporte aos vendedores nas lojas. Para isso, vai montar uma rede Wi-Fi para assegurar a conectividade para os funcionários, informou o CEO da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, ao participar nesta segunda-feira, 14/09, do SAP NOW 2020.

Na pandemia, contou ainda, quando todas as lojas fecharam e o faturamento caiu 70%, a Via Varejo acelerou a sua tranformação digital, iniciada um ano antes. “Fomos pegos pelo evento da pandemia, mas estávamos alertas por que vínhamos nesse processo”, explicou Fulchereberguer. Como as diretrizes para o e-commerce já estavam definidas, foi questão de acelerar o processo. O executivo lembrou que, já em abril, as vendas online haviam crescido e que, ao final do segundo trimestre, a previsão de faturamento havia se mantido apenas com elas.

Naquele momento, 100% do time de backoffice foi mandado para casa, num movimento que teve uma adaptação muito rápida. O problema maior era o contingente de cerca de 20 mil vendedores, que estavam igualmente em casa. Também aqui a solução foi rápida. “Em quatro dias, desenvolvemos o ‘Me Chama no Zap’, em cinco dias tínhamos mil vendedores testando a solução e, ao final de uma semana, todos eles a estavam utilizando.”

Na prática, a solução incluiu o botão “Me Chama no Zap” em todas as plataformas de vendas da empresa. Com ele, o consumidor que tivesse dúvidas sobre suas compras poderia consultar um vendedor para esclarecê-las. “Com isso, criamos um modelo híbrido, de venda online assistida, que ajudou a fazer o processo de inclusão de nossos clientes no mundo digital”, ressaltou.

A iniciativa foi fundamental na manutenção das vendas e foi alavancada pela tecnologia. Mas Fulcherberguer sublinhou que a empresa não pode perder de vista o fato de ser varejista e de que varejo é relação. Para ele, o modo como a Via Varejo tem utilizado a tecnologia tem ajudado essa relação a se tornar ainda mais pessoal. Mais que isso, a aceleração trazida pela pandemia deve resultar em outros projetos inovadores, alguns já quase prontos para serem colocados em operação.


Fulcherberguer explicou que a ideia é que, quando os consumidores entrarem em uma das lojas da empresa, antenas internas capturem quem é e, automaticamente, forneçam ao vendedor um perfil do cliente, com nome, compras recentes e limite de crédito. “A tecnologia vai nos ajudar a fazer isso em um cenário com milhares de consumidores entrando em nossas lojas todos os dias”, afirmou.

O CEO da Via Varejo trata da retomada pós-pandemia. Hoje a maior parte das lojas já está aberta, mas o modelo de negócios, admite, mudou. “A iniciativa privada assumiu seu papel de forma mais acelerada, e isso é um legado que fica. A sociedade vai sair diferente, assim como as empresas”, prevê, ressaltando que a companhia aprendeu a trabalhar de uma forma diferente e por um caminho melhor. “As pessoas estão tendo mais atenção com as outras pessoas. Acho que vamos sair bastante melhorados dessa pandemia. A Via Varejo deu um salto gigantesco nesse período”, comemorou.

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