Governo capitula e adia, mais uma vez, as privatizações do Serpro e Dataprev
O governo empurrou a venda das estatais de TI – Serpro e Dataprev- para o segundo semestre de 2022, em plena campanha eleitoral para a presidência da República. O novo cronograma foi divulgado pelo programa de Parcerias de Investimentos(PPI).
Até então, Serpro, Dataprev e Telebras tinham vendas projetadas para o primeiro semestre de 2022. A única que teve o cronograma mantido foi a Telebras, mesmo tendo satélite como ponto sensível, já revelado pelo próprio governo.
A venda do Serpro e da Dataprev é questionada por diferentes organizações, entre elas, o próprio Tribunal de Contas da União. Em dezembro do ano passado, a Corte identificou risco potencial com a venda das principais estatais de TI federais.
“As eventuais privatizações da Dataprev (já incluída no PND) e do Serpro (inclusão no PND já recomendada pelo CPPI) merecem atenção especial devido ao fato de os serviços prestados por essas empresas suportarem a infraestrutura tecnológica de órgãos relevantes da Administração Pública Federal, bem como alguns dos principais sistemas de informação e programas de governo relacionados ao processo de transformação digital no Brasil”, destacou o relator do processo no TCU, ministro Vital do Rêgo.
Mas a área econômica manteve seus planos, tanto que no ano passado, o BNDES anunciou a contratação do consórcio ‘Dados BR, formado pela Accenture do Brasil Ltda.; Machado, Meyer, Sendacz, Opice e Falcão Advogados; e Burson-Marsteller Limitada, por R$ 7,93 milhões, para a preparação da venda das estatais. O BNDES ainda não detalhou como fica essa iniciativa com o novo adiamento das vendas.