Intel passa a fabricar chips para Qualcomm e AWS
O que parecia ser improvável, tornou-se realidade. A Intel criou a divisão Intel Foundry Services, que visa produzir chips para terceiros e, assim, concorrer com a TSMC e a Samsung. Os primeiros clientes já foram revelados: Qualcomm e Amazon, mas poucos detalhes foram revelados sobre os acertos feitos. GlobalFoundries também fabricam chips para terceiros. O mercado até especulou uma possível compra da GlobalFoundries pela Intel, em um negócio estimado em US$ 30 bilhões, mas, ao que parece, as negociações não avançaram.
O anúncio foi feito pelo CEO da Intel, Pat Gelsinger, que adiantou ter negociações com mais 100 empresas, mas não revelou prazos para fechar as transações. “Tudo que você viu aqui hoje está sendo desenvolvido nos EUA. Somos os únicos fazendo pesquisa e desenvolvimento para a manufatura [de chips de silício] na América”, reforçou o executivo.
Em termos tecnológicos, a Intel é a primeira a entrar no que chamou de “Era Angstrom” – referindo-se à unidade de medida imediatamente menor que o nanômetro, ou 10⁻¹⁰ metros. É um desafio direto aos concorrentes que ainda não anunciaram esforços em litografias menores que 2nm (ao menos não publicamente), e que nos últimos anos apareciam bem à frente da Intel no que diz respeito à arquitetura de silício.
A empresa não esconde que esses esforços são para reduzir a dependência ocidental das fábricas concentradas na Ásia, principalmente China. O problema ficou ainda mais latente com a erupção e durante a pandemia: a cadeia logística global para a fabricação e a distribuição de chips de silício prejudicada e sob controle dos chineses, que antagonizam com os norte-americanos a disputa pelo título de grande potencial global.
A Intel foi uma das primeirass empresas norte-americanas a anunciar investimentos em torno de US$ 20 bilhões para a construção de fábricas de chips nos Estados Unidos, diante da escassez de chips e do ‘esvaziamento’ da Ásia pela disputa geopolítica.