Guardião Cibernético 3 reúne 65 entidades no maior exercício de guerra digital do hemisfério sul
O Comando de Defesa Cibernética realizou entre os dias 5 e 7/10 a terceira edição do exercício Guardião Cibernético, a maior simulação de guerra digital do hemisfério sul. Este ano, 350 pessoas de 65 organizações se envolveram na simulação de ataques a infraestruturas críticas de água, energia, telecomunicações, financeiro, transporte e nuclear.
O exercício visa integrar diferentes equipes do setor público e privado na proteção de estruturas críticas. Segundo o coronel Luiz Cláudio de Souza Cunha, que coordenou o Guardião Cibernético 3.0, “não há setor ileso a esse tipo de ataque. A pergunta não é se, mas quando você sofrerá um ataque. É preciso estar preparado, não para o futuro, para agora”.
Esta terceira edição foi também a maior do Guardião Cibernético. A primeira, em 2018, tinha apenas as estruturas de governo e os setores financeiro e nuclear, e reunia 23 organizações e 115 participantes. Em 2019, foram 40 organizações e mais de 200 envolvidos. Naquele ano, as simulações passaram a incluir o setor de telecomunicações, com participação da Anatel, Oi, Claro, Tim, Telefônica e Telebras.
O exercício simula atividades práticas de proteção cibernética, com a participação de líderes e de especialistas de tecnologia da informação. Em uma plataforma virtual, é instalado um cenário hiper-realista onde são realizados diversos tipos de ataques. Os participantes precisam tomar decisões em tempo real para defender as infraestruturas críticas.
Segundo o Ministério da Defesa, este ano foram estabelecidos Acordos de Cooperação com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai) e com empresas que atenderam a um chamamento público, caso de Atech, Avibras, Cisco, Rustcon, Kryptus e Instituto Vegetius, que contribuíram com elementos das simulações – como o cenário oferecido pelo Senai que reproduz sistemas computacionais similares aos utilizados no setor produtivo.
A simulação envolve gabinetes de crise das áreas de tecnologia da informação, comunicação social, jurídica e alta administração, que apresentarão soluções frente aos eventos cibernéticos com impacto nas organizações. O objetivo é encontrar respostas e propor planos de ação nos níveis decisório-gerencial (gestão de crise) e técnico (resposta ao incidente), integrando os participantes e intensificando a atuação colaborativa.