Com prejuízo de R$ 2,78 bilhões, Oi quer acelerar venda dos clientes de fibra
A Oi começou 2024 com prejuízo de R$ 2,78 bilhões no primeiro trimestre, 120% maior do que um ano antes, e ao apresentar os números nesta quinta, 9/5, apontou que a prioridade imediata é a captação dos US$ 655 milhões como previsto no plano de recuperação judicial e a venda da unidade de clientes de fibra ótica, na chamada ClientCo.
“Os próximos passos esperados no curto prazo são o recebimento da quarta tranche do DIP e a homologação do PRJ, talvez ainda no mês de maio. E passamos, então, a dirigir todos os esforços a partir daí ao PRJ, tendo o aumento de capital para captação de créditos e a venda da UPI ClientCo como principais objetivos para os próximos meses”, afirmou o presidente da empresa, Mateus Bandeira.
As receitas somaram R$ 2,2 bilhões no trimestre, uma queda de 12,9% sobre o mesmo período de 2023, que a empresa entende tiveram no “legado”, associado à concessão de telefonia fixa, a principal influência negativa. A parte de serviços sobre fibra, que envolve as 4 milhões de casas conectadas, teve receitas de R$ 1,1 bilhão (-0.4%).
Já a Oi Soluções, voltada para serviços de TI, como a oferta de computação em nuvem e software como serviço, teve receita de R$ 500 milhões – 18,9% abaixo do desempenho registrado no primeiro trimestre do ano passado. Não por menos, uma parte importante da estratégia da Oi é avançar com a migração do regime de concessão para autorização.
“O acordo com a Anatel traz uma variedade importante de condições pactuadas, datas de investimentos, compromissos de manutenção de serviços essenciais, da conexão de escolas, entre outros compromissos. Mas, de uma maneira relevante para os nossos interesses, autoriza a nossa migração imediata para o regime de autorização. A gente deixa de ser uma concessão, o que vai possibilitar desmobilizar as atividades que são associadas ao legado e, como consequência disso, trazer para a companhia expressivas reduções de custos”, disse Bandeira.
Ele explicou, ainda, que na sequência do acordo com Anatel e TCU para transformar concessão em autorização, será retomada a arbitragem com a Advocacia Geral da União, sobre questionamentos de desequilíbrios financeiros também associados a medidas regulatórias.
“As obrigações referentes à transação de multas com a Anatel serão endereçadas até o encerramento da arbitragem e os compromissos de investimento relativos à migração serão assumidos, uma parte mais substancial pela V.tal e reembolsados pela Oi quando houver o resultado da arbitragem.”