Uma fiscalização preventiva do Tribunal de Contas da União em contratos de tecnologia da informação resultou em economia de R$ 1,81 bilhão aos cofres públicos. O valor corresponde a ajustes feitos por órgãos federais após a identificação de riscos em 123 licitações analisadas, que somavam R$ 8,08 bilhões em recursos. A ação integra o sexto ciclo anual de auditorias do TCU no setor, conforme detalhado no Acórdão 1299/2025.
O relatório do TCU apontou quatro problemas principais nas licitações de TI. O primeiro foi a existência de quantidades superestimadas em atas de registro de preços, com casos extremos em que os valores excediam em até 16 vezes o orçamento anual de TI dos órgãos. O segundo problema identificado foi a assimetria de informações nas pesquisas de preços, marcada por diferenças significativas entre propostas de fornecedores e falta de detalhamento nos custos apresentados.
Outro ponto crítico foi a antieconomicidade decorrente da falta de consulta a catálogos padronizados de soluções de TI ou a órgãos com maior experiência em contratações. Por fim, o relatório alertou para riscos de sobrepreço em metodologias como a Unidade de Serviço Técnico (UST), frequentemente adotadas sem planilhas de custos detalhadas ou estudos de viabilidade econômica que justificassem os valores.
Segundo o TCU, um dos casos emblemáticos envolveu a Caixa Econômica Federal, que revisou uma licitação de R$ 3,3 bilhões para R$ 1,7 bilhão após intervenção do TCU. A economia de R$ 1,5 bilhão decorreu da correção de metodologias de cálculo e da redução no número de profissionais contratados.
O acompanhamento não analisou, de forma sistemática, os editais com objetos considerados como commodities de TI, ou seja, desktops, notebooks, outsourcing de impressão etc., tendo em vista a existência de acompanhamento realizado pela Unidade de Auditoria Especializada em Contratações (AudContratações) sobre esse tipo de compras.
