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Segurança

Gigantes da tecnologia correm atrás das brechas em dispositivos criadas pela CIA

Os documentos divulgados pelo Wikileaks que indicam uma enorme capacidade da CIA de hackear smartphones, televisores e mesmo automóveis parecem ter provocado um corre-corre nas grandes empresas de tecnologia, notadamente as citadas como alvos preferenciais da agência de espionagem dos Estados Unidos. Boa parte delas declarou estar investigando as brechas para tentar revertê-las.

Chamado de ‘Cofre 7’, o vazamento de documentos pelo Wikileaks indica que os espiões americanos possuem milhares de vírus, malware, etc capazes de explorar vulnerabilidades de inúmeros dispositivos. A Apple, cujos iPhones aparecem com destaque entre os alvos da CIA, declarou que cerca de 80% dos aparelhos que rodam o sistema operacional iOS estão com patches de segurança atualizados, o que, segundo a empresa, evitaria os ‘backdoors’ da Agência Central de Inteligência. 

“Enquanto nossa análise inicial indica que muitos dos pontos vazados já foram corrigidos no último iOS, vamos continuar a trabalhar para rapidamente tratar quaisquer vulnerabilidade identificadas”, diz a empresa. “A tecnologia construída nos iPhones de hoje representa a melhor segurança de dados disponível aos consumidores”, sustenta. 

Outras grandes empresas citadas nos documentos, como a Microsoft e a Samsung, também responderam aos vazamentos do Wikileaks prometendo investigar as denúncias. “Estamos cientes do relatório em questão e estamos urgentemente cuidado do assunto”, divulgou a fabricante coreana. Segundo o Wikileaks, a CIA consegue transformar remotamente smart TVs da empresa em ‘grampos’ ambientais. 

A Microsoft, cujo sistema operacional Windows também aparece nos documentos vazados pelo Wikileaks como vulnerável, igualmente afirmou que “estamos cientes do relatório e cuidando disso”. A Google, cujo Android igualmente aparece como alvo da CIA, ainda não se manifestou.


Quem também aparece nos documentos é a fabricante de equipamentos de rede Cisco – pelo menos seis roteadores são listados como alvos dos hackers da CIA. Segundo a empresa, porém, “como nenhuma das ferramentas e malware referidos nas revelações do ‘Cofre 7’ foi disponibilizada pelo Wikileaks, o escopo de ações que podem ser tomadas pela Cisco é limitado”. 

A empresa afirma que está investigando as informações, mas “há pouco o que pode ser feito neste momento”. Embora seja a maior fornecedora desse segmento, a Cisco não foi o único alvo. As denúncias do Wikileaks também mencionam outras fabricantes de equipamentos de rede, como as chinesas Huawei e ZTE, além da taiwanesa Zyxel. 

Enquanto isso, o presidente da desenvolvedora de antivírus Avast defendeu ações conjuntas, com as empresas citadas nos documentos permitindo acesso privilegiado às firmas de segurança digital para a busca e identificação dos vírus usados pela espionagem. “Há uma necessidade urgente de colaboração da indústria e de plataformas abertas entre os fornecedores de segurança e de sistemas operacionais móveis, a fim de que fiquemos à frente neste jogo de gato e rato.”

Segundo ele, “os sistemas operacionais móveis simplesmente não oferecem o acesso necessário para os fornecedores de segurança para mitigar os problemas expostos, e, muitas vezes, isso tem custo na segurança do consumidor. Há necessidade de definir e abrir APIs privilegiadas para fornecedores de segurança para que possamos ter uma janela e, assim, localizar onde o malware pode estar escondido, em vez de esperar e descobrir apenas quando há um vazamento importante como este. A indústria de segurança precisa desse nível de visibilidade e acesso para proteger nossos usuários contra ataques dos Estados-nações e dos atores da cibercriminalidade”.

* Com informações da Reuters e da BBC

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