Mercado

FGTS ajuda indústria de eletrônicos no primeiro semestre

O PIB brasileiro mostrou uma leve reação no segundo trimestre, com alta de 0,2%, que será festejada como inflexão depois de 12 trimestres seguidos de recuo. Observados os números mais de perto, no entanto, foi uma sobra maior no bolso dos brasileiros que fez toda a diferença. O crescimento veio do consumo das famílias, que cresceu 1,4%, e puxou o comércio, que teve alta de 1,9%. 

Na prática, sinaliza que os R$ 44 bilhões que o governo injetou na economia com a liberação dos saques das contas inativas do Fundo de Garantia foram fundamentais. Mas o empurrão se deu para certos artigos de consumo. A indústria voltou a cair (-0,5% no trimestre), e releva um cenário de grandes diferenças. Nas contas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, enquanto 47 segmentos produtivos tiveram um semestre melhor que o anterior, para outros 46 o purgatório continua. 

“Têm se saído melhor segmentos associados à produção de bens de consumo duráveis, tais como eletroeletrônicos – devido à efetivação de uma demanda reprimida nos últimos anos, graças a uma menor inflação, certa recomposição do crédito às pessoas físicas e à liberação dos recursos do FGTS”, avalia o IEDI. 

A Confederação Nacional do Comércio calculou que o varejo levou 25% dos saques do Fundo, ou quase R$ 11 bilhões. E reforçando a análise do IEDI, ao longo do semestre os sinais foram de que as vendas de televisores e celulares se recuperaram. 

Já os serviços, não. Como mostrou hoje o IBGE, o valor adicionado de Serviços teve variação negativa de 0,3%. “Destaque para a contração de 2,5% dos serviços de informação – atividade esta que inclui telecomunicações, atividades de TV, rádio e cinema, edição de jornais, livros e revistas, informática e demais serviços relacionados às tecnologias da informação e comunicação (TICs)”, frisou o Instituto. 


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