Empresas de TI oferecem reajuste de 1,81% em São Paulo
Em uma apresentação no Facebook, realizada nesta quinta-feira, 18/01, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de TI de São Paulo, Antonio Neto, revelou que há um impasse na terceira rodada de negociações da campanha salarial de 2018, a primeira da categoria de TI no Brasil. Os patrões aumentaram a oferta de reajuste de 1,5% para 1,81%, o mesmo índice utilizado pelo governo para o reajuste do salário mínimo. Os trabalhadores baixaram a proposta de 4% para 3,8%, mais 2% de aumento real.
“Não vamos abrir mão do índice do INPC nem de tentar conseguir o aumento real. O valor proposto pelos patrões fica muito aquém”, afirmou o presidente do Sindpd/SP, Antonio Neto. Segundo ele, os patrões também querem mexer em cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho de 2017, principalmente na parte do vale refeição e do PLR. No vale refeição, as empresas – que têm a obrigação de oferecer 22 dias do benefício com valor mínimo de R$ 17.50 – não querem mais pagar nas férias e licenças dos funcionários.
Os patrões, informa ainda Neto, querem não pagar nenhum valor pelo tempo dispendido pelo trabalhador para viagens a trabalho. “Eles não querem mais pagar se um funcionário tem de viajar num domingo para estar numa reunião ou num cliente numa segunda-feira pela manhã. Se isso se manter, a orientação é o funcionário só sair para o compromisso depois de bater o ponto de trabalho”, pontuou Neto.
Até que se tenha uma definição sobre a campanha salarial de 2018- seja por acordo, seja por decisão da Justiça – a Convenção Coletiva de Trabalho de 2017 está valendo e nenhuma empresa pode descumprir qualquer item estabelecido. “Se isso acontecer, denunciem. Isso foi acertado com o Sindicato Patronal”, explicou Neto.
A importância de se fechar uma CCT em 2018, garantindo todas as cláusulas de 2017, é estratégica. “Outros Estados usam a CCT de São Paulo como referência. Para termos ideia, Serpro, Dataprev e Cobra ainda não fecharam as negociações de 2017, mas a nossa CCT dá força aos trabalhadores”, completou Neto. A quarta rodada de negociação da campanha salarial 2018 de São Paulo – que envolve quase 150 mil trabalhadores – está agendada para o dia 23 de janeiro.