Carreira

Startups de Curitiba têm vagas para 150 programadores

As startups de Curitiba estão com 150 vagas em aberto para programadores. No ano passado, um ranking elaborado pelo Movimento 100 Open Startups indicou que das 100 startups mais atraentes para o mercado em 2018, dez são da capital paranaense.

A VHSYS, startup de gestão empresarial em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, é uma das empresas em busca de talentos da área tech. Neste ano, a empresa vai quadruplicar o quadro de funcionários na área de desenvolvimento. “Há uma disputa muito grande por esses profissionais no mercado. Isso acaba resultando em menos desenvolvedores disponíveis”, explica Jenifer Turra, analista de recursos humanos da VHSYS.
 
Ao contrário das vagas tradicionais para as quais os candidatos enviam currículos, são as startups que tentam “vender o peixe” para atrair os desenvolvedores, em buscas ativas. Na caça por profissionais, as startups não se restringem à localização de suas sedes. “Para a gente conseguir alcançar os desenvolvedores, acabamos olhando para o Brasil inteiro”, diz Jenifer.
 
Na startup curitibana MadeiraMadeira, grande parte dos 120 desenvolvedores vem de outras cidades e estados. “Os profissionais buscam Curitiba não só pelas oportunidades, mas principalmente pela qualidade de vida. Nossos desenvolvedores sempre comentam que é um ambiente para o qual gostariam de trazer a família. Os deslocamentos aqui não são tão longos quanto em São Paulo, por exemplo”, conta Marjorie Fernandes, analista de pessoas e cultura da startup. Atualmente, a MadeiraMadeira tem 25 vagas abertas para
desenvolvedores.

Perfil do profissional

Maurício Lang, coordenador de desenvolvimento da VHSYS, revela os principais requisitos que as startups buscam nos profissionais. “Ter conhecimento sobre as linguagens usadas na empresa faz diferença, porque as startups estão em um ritmo de aceleração muito grande e precisam de um time com experiência.” E complementa: “Ser apaixonado por programação já é meio caminho andado”.

Na startup Ideia no Ar, que tem duas vagas abertas para desenvolvedor, o perfil empreendedor é um diferencial. “Precisamos de profissionais auto gerenciáveis. Diferente de outras startups em que um time com dezenas de pessoas trabalha em um produto, na nossa empresa um único desenvolvedor trabalha em um projeto. Ele deve ter uma pegada de empreendedorismo, pois será dono do produto também”, explica Thiago Alves, sócio gestor da empresa curitibana de softwares.


Vagas em aberto

No EBANX, fintech sediada em Curitiba e que processa pagamentos para empresas globais como Spotify, Airbnb e AliExpress, há 70 vagas em aberto — a maioria delas na área de desenvolvimento e tecnologia. O número representa uma expansão de mais de 10% no atual quadro de funcionários, composto por cerca de 500 pessoas, em dez países diferentes. A busca por pessoal qualificado exige táticas e estratégias incomuns em outros setores. O EBANX tem seis recrutadores, que fazem uma busca ativa de potenciais candidatos nas redes sociais, em hackatons e outros eventos de tecnologia e nas
universidades.

O processo seletivo começa com uma prova técnica feita pela internet, que testa conhecimentos de lógica e programação e, já na largada, elimina até 80% dos candidatos. “Nós buscamos gente que tenha uma curiosidade tecnológica aguçada, que não fique restrito a apenas uma linguagem de programação e que busque se atualizar sempre”, diz André Boaventura, sócio e diretor de marketing do EBANX. “Nós vamos querer saber onde o candidato consome conteúdo sobre sua área, qual foi o último curso que fez. Graduação não é exigência, mas curiosidade e aprimoramento constantes, sim.”
 
Em busca de mão de obra qualificada, o EBANX também qualificou o processo de seleção para as vagas de estágio, por meio de um sistema de gameficação — com o objetivo de engajar mais os estudantes no processo. Além disso, implementou um programa de formação para estagiários, com cursos que focam no aprimoramento profissional, com mentores de dentro e de fora do EBANX, para aumentar a retenção de talentos ainda na fase de formação.

A startup curitibana Contabilizei, que presta serviços de contabilidade online para micro e pequenas empresas, também busca desenvolvedores com qualificações que extrapolam a formação tecnológica. “Procuramos profissionais que tenham capacidade de resolver problemas e um ótimo raciocínio lógico, pessoas com perfil empreendedor, que gostem de desafios e de atuar com autonomia, além de não aceitar respostas óbvias”, diz Denise Barbosa, diretora de RH da empresa.
 
No Olist, um acelerador de vendas para lojas online e físicas, com sede na capital paranaense, serão abertas 30 vagas de desenvolvimento até o fim deste ano. Segundo Giovana Guimarães Piazzetta, business partner de tecnologia da empresa, o maior desafio é encontrar desenvolvedores com a qualificação técnica necessária. No ano passado, o Olist fez mais de 1000 abordagens com potenciais candidatos, mas apenas 36 destes foram
contratados. “Buscamos profissionais com experiência em programação em Python, que geralmente não é ensinada na faculdade, mas que está se popularizando muito no mundo todo”, explica Giovana.

Já a fintech curitibana Juno tem mais de 10 vagas abertas para desenvolvimento. “Estamos em crescimento, e a partir do momento em que queremos lançar novos produtos, precisamos de novos profissionais em nosso time”, afirma Caroline Rissio, recrutadora tech da empresa. Segunda ela, é preciso encantar os candidatos e trabalhar de maneira constante para reter os talentos. “Priorizamos a qualidade de vida dos profissionais. Além disso, focamos muito em tecnologia. Hoje temos um código limpo, com cobertura de testes de 98%. Na nossa plataforma quase não existem bugs, e os olhos dos desenvolvedores brilham por isso.”

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