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Google passa a cobrar em reais e acirra disputa com Amazon e Azzure

O Google anunciou nesta terça-feira, 19/09, em São Paulo, a inauguração do que chama de sua primeira região de Cloud na América Latina. Na prática, a companhia coloca em operação a sua primeira estrutura de nuvem, a Google Cloud Platform (GCP), na região e passa a oferecer seus serviços a clientes brasileiros e latino-americanos.

De acordo com Fabio Andreotti, diretor de GCP do Google Brasil, a região latino-americana inaugurada hoje em São Paulo é a 12ª, formando uma estrutura em nuvem que integra, além das 12 regiões, 36 zonas, mais de 100 pontos de presença e uma rede global com 100 mil quilômetros de cabos de fibra óptica. “Ampliamos nossa presença global, com uma escala que hoje atinge mais de 1 bilhão de usuários finais atendidos por nossos clientes”, afirma.

O executivo afirma que o lançamento em São Paulo dá continuidade a este plano de expansão, fruto de cerca de US$ 30 bilhões em investimentos nos últimos três anos, e responde às demandas de parceiros e clientes brasileiros. Os primeiros benefícios aos clientes locais são o aumento da velocidade e a redução da latência, algo entre 85% e 90%, por conta da proximidade com os servidores.

Outro benefício é a cobrança em Reais. Andreotti explica que todos os serviços de GCP contratados no Brasil, mesmo os que não estiverem hospedados aqui, serão cobrados em Reais em um modelo único de preços, já com os impostos incluídos. “Isso significa que qualquer cliente com CNPJ no Brasil será cobrado em Reais por qualquer serviço Google Cloud”, diz, lembrando haver também uma política de descontos de acordo com a utilização.

O executivo lembrou que, para mudar seu modelo de pagamento, os clientes brasileiros precisarão atualizar suas contas, informando o método de pagamento, que pode ser cartão de crédito ou boleto.
Andreotti destacou ainda a possibilidade que os clientes terão de selecionar que tipo de máquina virtual vão utilizar. De acordo com necessidades específicas, eles poderão escolher quanto de memória e de processamento terão em suas máquinas. “Isso nos dá a melhor relação preço x benefício do mercado, com preços até 60% menores quer os de nossos concorrentes”, provoca.


Integração global

Além de atender o mercado local, a região inaugurada hoje pelo Google vai funcionar como um hub para a América Latina. Além disso, estará disponível para clientes de qualquer parte do mundo, que poderão escolher onde armazenar seus dados. Para isso, a GCP do Brasil estará integrada a outras existentes na América do Norte, Europa, Ásia e Austrália. ]A operação local do GCP inicia suas atividades já atendendo clientes como UOLDiveo, Dotz, SulAmerica, Easy Taxi, Ancar Ivanhoe Shopping Centers e Jusbrasil etc. Por enquanto, serão disponibilizados serviços nas áreas de Compute (App Engine, Compute Engine e Container Egine); Bif Data (Cloud Dataflow, Cloud Dataproc e Cloud Datalab); Storage (Cloud Datastore, Cloud Storage, Cloud SQL e Persistent Disk) e Networking (Autoscaler, Cloud DNS, Cloud Load Balancer, Cloud Virtual Network, Cloud VPN e Cloud Virtual Router).

Para Rafael Munoz, líder de serviços profissionais do GCP na América Latina, a estrutura que a empresa passa a oferecer no Brasil está pronta para o futuro das empresas brasileiras. “Atualmente, toda companhia é, ou será, uma companhia de dados”, diz, lembrando que conhecer o cliente e o que ele quer é fundamental para os negócios de hoje.

Por outro lado, ele ressalta que 90% dos dados corporativos circulantes hoje não são estruturados e, mais que isso, 77% das empresas brasileiras ainda rodam suas próprias estruturas e sistemas de TI internamente. Neste contexto, Munoz só vê dois caminhos para as empresas que queiram utilizar a informação de que dispõem: ou gastar milhares de horas e recursos analisando isso ou ensinar uma máquina a fazer isso mais rapidamente.

“Toda companhia do mundo, neste momento, deve estar pensando em como fazer isso e concluindo que não é viável continuar investindo em suas estruturas internas. Esta é a missão da GCP”, diz, revelando que, até o final deste ano, a plataforma deve chegar a 17 regiões em todo o mundo.

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