SAS: Inteligência Artificial é parte de Analytics e nuvem é estratégica no Brasil
A estratégia de nuvem do SAS, impulsionada com a parceria com a Microsoft, tem apresentado impacto positivo na operação brasileira, apontou André Novo, country manager do SAS para o Brasil. “Ficamos mais próximos à Microsoft, fizemos investimento pesado em nuvem e obtivemos um resultado bastante expressivo”, ressaltou, em entrevista, concedida durante o SAS Innovate 2023, realizado na semana passada, em Orlando, nos Estados Unidos. “Crescemos o número de clientes que foram para a nuvem.”
Os investimentos foram, principalmente, em pessoal e tecnologia com desenvolvimento de soluções para nuvem. “Tem uma parte que é incentivar, levar os clientes para a nuvem. O carro-chefe e linha de frente disso é o SAS Viya. O investimento mais pesado foi em Viya e transportar o que tinha on premise para rodar na nuvem”, disse. O SAS Viya é uma plataforma nativa em nuvem de IA, analítica e de gerenciamento de dados.
Há três anos, o SAS anunciou que havia escolhido a Microsoft para ser seu provedor de nuvem preferencial, em um acordo que previa ainda a integração das tecnologias de analytics do SAS às soluções em nuvem Azure, como o Dynamics 365, o Microsoft 365 e o Power Platform.
Inteligência Artificial e Hype
Com relação ao hype de inteligência artificial generativa, Novo ponderou que houve um momento de deslumbramento, mas, agora, vai se começar a ter discussão sobre a forma que IA generativa vai evoluir e afetar a vida das pessoas.
“O que talvez seja diferente é a IA generativa, porque IA é basicamente retreinar modelos estatísticos e isso faz parte de inteligência analítica desde sempre. Mas, hoje, o custo de processamento é menor e começou a se viabilizar. O ponto em IA generativa é a preocupação, por exemplo, com a questão ética e os vieses que podem dar”, disse.
O executivo reforça que IA é parte de analytics. “O SAS é uma empresa de inteligência analítica; este é o nosso foco, temos trabalhado muito e integrado modelos estatísticos desenvolvidos em linguagens diferentes”, completa.
SAS Brasil
No Brasil, de acordo com André Novo, o SAS tem presença mais forte na indústria financeira (bancos e seguradoras), no governo (crescendo também no setor financeiro com os bancos públicos) e em telecomunicações. Isso se reflete nos resultados do País. O SAS não revela números regionais, mas em porcentual do faturamento, em 2022, o governo representou cerca de 30%; o segmento financeiro, entre 40% e 50% e telecomunicações uns 20%.
Em governo, a esfera federal é onde o SAS está com presença mais forte e a municipal é a menos representativa. “Também temos atuação muito importante em secretarias de fazenda de Estados como Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pará”, disse.
No governo, aliás, faz cerca de quatro anos que a atuação se dá exclusivamente por meio do programa de parceiros. “É mais tranquilo ter o parceiro e muitos dos resultados que tivemos em governo foi disso. O governo tem processos diferentes e alguns SLAs e níveis de atendimento, para uma empresa americana, podem ser difíceis ajustar”, explicou.
A atuação na América do Sul por canais deve aumentar, com o Chile, a Argentina e o Peru passando a vender exclusivamente por meio de parceiros. “Não é que o SAS vai fechar [nesses países]. Ele vai fazer a venda por meio de parceiros, teremos equipes locais, mas não mais a entidade legal do SAS”, esclareceu Novo. A expectativa é que o fechamento das entidades legais e a transição para o modelo de vendas leve de 12 a 18 meses para se concretizar. Atualmente, o Brasil é o país mais forte na venda canal, ressaltou o executivo.
A região das Américas — que inclui ainda o país-sede, Estados Unidos, e Canadá — representa 49% das vendas totais do SAS, que, em 2022, esteve também na casa dos US$ 3 bilhões. Por causa do processo de IPO, o SAS não divulga mais números absolutos. Segundo a companhia, são 46 anos registrando lucros.
Para este ano, Novo apontou que o planejamento é de crescimento, tanto global como das regiões. “Nos EUA, têm se falado muito de recessão, mas nossos resultados não estão mostrando isso. No Brasil, na pandemia, tivemos um vale [no crescimento], impactado pelo fato de o governo ter paralisado projetos. Mas, em 2021, já tivemos resultados melhores e mantivemos o crescimento constantemente”, assinalou. Em 2023, a expectativa é que o Brasil siga imprimindo crescimento; contudo, Novo não revelou qual porcentual de aumento.