Segurança em TI: Atenção máxima com as falhas em cascata
A automação e a Inteligência Artificial (IA) oferecem inúmeras possibilidades para os negócios digitais, mas também criam complexidades, em especial na parte da Segurança da Informação, adverte o Gartner. As previsões da consultoria sobre segurança para 2017 destacam os possíveis benefícios para as companhias, como testes de penetração mais rápidos e melhores. No entanto, elas mostram também os perigos em potencial da automação quando o assunto são incidentes reais de segurança. Uma coisa é clara: as organizações precisam estar preparadas para um futuro complexo e conectado.
Segundo a consultoria, até 2020, os investimentos em ferramentas de inteligência artificial e aprendizagem de máquina para automação (focadas na orquestração da flexibilidade de TI) irão mais do que triplicar, ajudando a reduzir panes nos negócios decorrentes de problemas de TI. As companhias aéreas perdem mais tempo com falhas e têm mais interrupções em suas operações causadas por TI do que por condições meteorológicas.
“Em parte, isso acontece porque os ecossistemas emergentes trazem mais interdependências, ou seja, há falhas em cascata. A recuperação também precisa acontecer assim. A automação é personalizada para identificar onde as falhas podem estar, onde poderão acontecer e para criar estratégias para recuperação. Para essa automação ser aceita pelas empresas, é preciso vincular o problema na segurança ao impacto direto nos negócios”, diz Rob McMillan, Diretor de Pesquisas do Gartner.
Ainda nos próximos três anos, as vulnerabilidades no dia zero estarão presentes em menos de 0,1% dos ataques em geral, excluindo os alvos públicos confidenciais. É fácil se enganar com a história de ataque do dia zero (feito na própria data de divulgação da falha, antes de poder ser corrigida), mas a grande maioria dos ataques bem-sucedidos exploram suscetibilidades bem conhecidas. As pessoas tendem a se preocupar com esses ataques, mas eles não são casos comuns. É importante que as equipes de segurança combatam as vulnerabilidades existentes e garantam uma segurança básica eficaz.
De acordo ainda com o Gartner, até 2020, 10% dos testes de penetração serão realizados por máquinas inteligentes baseadas na aprendizagem de máquina, o que não acontecia em 2016. Hoje, os testes de penetração usam certo nível de automação, mas ainda há muito envolvimento humano. Entretanto, a aprendizagem de máquina evoluiu para aplicações práticas. Isso significa que os testes podem ser feitos na velocidade de um robô, em vez de ficarem limitados ao ritmo do pensamento humano.
O Gartner também projesta que mais de 20% dos planos de negócios das empresas vão usar a infonomia (gestão inteligente da informação) para fazer uma análise financeira dos ativos e passivos dos dados. Essa previsão está relacionada à conexão dos resultados de segurança ao desempenho da empresa e à aplicação de valor ao trabalho das equipes de segurança em termos de mitigação de risco e capacitação da função de negócios. Quando se pensa em proteger informações, surge a pergunta sobre o valor líquido dos dados em comparação com o custo da proteção. Qual é o valor dos dados para a empresa? Qual é o custo de proteger esses dados? É viável? Analise o investimento e possíveis responsabilidades e tome as decisões.