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BNDES tem novo modelo de financiamento em infraestrutura

O BNDES fechou com os principais bancos públicos e privados do país um acordo para o compartilhamento de garantias nos financiamentos a projetos de infraestrutura. O modelo é inédito nos contratos firmados pelo Banco e tem por objetivo reduzir custos nas operações de longo prazo no país.

Desde o ano passado, quando deixou de conceder empréstimos-ponte, o BNDES vem estudando formas de reforçar o funding dos projetos. Pelo acordo, os bancos que oferecerem fianças equivalentes a, pelo menos, 40% do total do financiamento terão direito a compartilhar garantias com o BNDES.

A regra valerá para os empréstimos sindicalizados, ou seja, concedidos por um sindicato de bancos. A instituição financeira que, individualmente, tiver participação relevante (mínimo de 20%) no projeto, também terá acesso às garantias.

As regras valerão, principalmente, para a fase pre-completion, ou seja, aquela anterior à conclusão das obras de um projeto, que é a de maior risco. Hoje, em geral, as empresas apresentam as fianças bancárias à medida que têm desembolsos a receber e, com isso, há assimetria de informações, condições e prazos num mesmo projeto. Geralmente, essas fianças cobrem os dois primeiros anos de um projeto e o ideal é que elas sejam ampliadas para prazos de quatro a cinco anos, quando os projetos, geralmente, já apresentam viabilidade operacional.

“O compartilhamento de garantias proporcionará a melhor alocação de riscos dos projetos de infraestrutura, aumentando a previsibilidade para os fiadores, potencialmente reduzindo custos”, afirma Claudio Coutinho, diretor das áreas de Crédito, Financeira e Internacional do BNDES.


A prática do compartilhamento de garantias deverá ser adotada já nos financiamentos a consórcios que venceram os leilões de concessão dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis, em março deste ano, e os de rodovias paulistas.

A expectativa é de que, com o modelo de compartilhamento de garantias, os projetos possam atrair novos atores, como grandes instituições financeiras estrangeiras, que poderiam ajudar a financiar a infraestrutura brasileira.

* Com informações do BNDES

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