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Nuvem unifica 39 sistemas de 90 tribunais e cria portal único do Judiciário

Das 39 plataformas, restam quatro, com novas reduções à caminho. “Nuvem fez o que era impossível”, diz o diretor de tecnologia do CNJ, Thiago Vieira

A unificação dos sistemas de tramitação judicial dos 90 tribunais do país parecia uma meta impossível. No entanto, a adoção da computação em nuvem pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) transformou esse cenário, reduzindo de 39 para apenas quatro sistemas processuais em três anos – com expectativa de chegar a dois em breve.

“Quase 100% das ações no país tramitam de forma eletrônica. O CNJ cumpriu sua principal missão de digitalizar a Justiça, mas enfrentamos outro desafio: a multiplicidade de sistemas”, lembra o diretor de tecnologia do CNJ, Thiago Vieira, que apresentou a jornada no Simpósio de Setor Público da AWS, realizado em Brasília em 14/5.

A primeira onda de transformação digital do Judiciário começou em 2006, com a implantação do processo eletrônico. A descentralização associada ao ímpeto digital resultou em quase 40 sistemas diferentes rodando em paralelo. “Era um retrabalho enorme, com experiências distintas para o cidadão”, afirma o diretor.

A mudança veio em 2020, com a estratégia de “desidratar” os sistemas locais e migrar para uma plataforma única em nuvem. “A nuvem trouxe capacidades que levaríamos anos para alcançar com infraestrutura própria. Concentrar serviços de 90 tribunais em um só lugar seria inviável sem ela”, destaca Vieira.

E a virada veio com a criação da Plataforma Digital do Poder Judiciário, hospedada na nuvem da AWS. Além de reduzir os sistemas, o CNJ desenvolveu o Jus.br, portal lançado em dezembro pelo presidente do STF e do CNJ, Luís Roberto Barroso, que permite aos cidadãos consultar processos em qualquer tribunal, peticionar e receber atualizações em tempo real.


A unificação trouxe ganhos financeiros e operacionais. “Os tribunais perceberam que é mais barato e eficiente trabalhar de forma colaborativa”, diz Vieira. Com sistemas mais ágeis, o tempo de tramitação dos processos diminuiu, reforçando a adesão ao modelo. “A nuvem não só resolveu um problema técnico, mas criou uma Justiça mais acessível e transparente para o cidadão”, conclui.

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