Um acordo entre a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, anunciado nesta quinta-feira, 6/11, vai garantir a compra de equipamentos que combinam câmeras com recursos de inteligência artificial e conectividade no modelo de internet das coisas para reforçar a fiscalização de fronteiras e em aeroportos.
Com R$ 3 milhões da ABDI, será realizada uma licitação para ampliar o uso desses equipamentos, hoje em caráter experimental pela PF na fronteira do Brasil com a Venezuela e no aeroporto de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
“Muito mais do que um simples sistema de câmeras, mais que uma ferramenta, é uma estratégia de enfrentamento ao crime nas nossas áreas de fronteira e aeroportos. Em tempo real, teremos ali o cruzamento das imagens com as nossas bases de dados, com as bases de dados do CNJ, com o Banco Nacional de Mandados de Prisão, enfim, com tudo aquilo que nos possibilite uma ação mais coordenada e mais efetiva”, disse o diretor geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
O acordo, segundo o presidente da ABDI, Ricardo Capelli, começa com os anunciados R$ 3 milhões, mas pode crescer. “O contrabando prejudica muito o desenvolvimento da indústria nacional. É concorrência ilegal. Já tínhamos uma pequena iniciativa com a Polícia Federal e resolvemos reforçá-la. A tecnologia está definida nas especificações e vai ter o processo de licitação. Temos esse primeiro orçamento, mas a estamos abertos a fortalecer a parceria porque é uma demanda do setor produtivo”, afirmou.
Como explicou a gerente de Novos Negócios da ABDI, Vandete Mendonça, ao Convergência Digital, o edital está quase pronto e vai contemplar equipamentos em pelo menos 27 pontos definidos pela PF em todo o país. A ideia é incentivar a participação de fornecedores nacionais, pelo menos no hardware que já conta com fabricantes brasileiros.
“Não podemos proibir empresas de fora, mas tem tecnologia nacional que, pelas especificações, podem participar do processo. Temos as câmeras de vídeo monitoramento com bons fabricantes nacionais, então esse é um segmento mais tranquilo. Assim como a parte de servidores, hoje também com tecnologia nacional, inclusive tecnologia sendo fabricada em Manaus. Na parte de softwares ainda precisamos verificar se será possível atender o nível de especificidade. Não são câmeras como as que ficam no celular. Elas ficam em postes. Tem uma questão de distância”, disse.
Ou seja, a ideia é que essas câmeras, associadas a recursos de inteligência artificial e conectividade para acesso a bancos de dados, permita cruzar informações, mas também identificar padrões ou a mudança deles. A expectativa da ABDI é abrir o edital ainda em 2025.
“Vamos fazer um edital com todos os itens, mas as empresas podem participar de itens separados, não vai ser solução global, porque a polícia consegue fazer a integração. A Polícia Federal tem expertise. Estávamos apenas guardando a assinatura do termo de cooperação e falta só um documento técnico. Dentro de um mês, no máximo, o processo estará na rua. A intenção é fazer a licitação e contratar ainda este ano”, completou a gerente de novos negócios da ABDI.
Ainda não está totalmente definida como será contratada a conectividade IoT dos dispositivos. Em princípio, será uma contratação à parte diretamente pela Polícia Federal. Mas a ABDI sinaliza que pode buscar uma solução diferente.





