Sob pressão, WhatsApp desagrada ao presidente Bolsonaro e ao TSE
Pressionado por Jair Bolsonaro, o Whatsapp foi ao Palácio do Planalto nesta quarta, 27/4, convocado pelo presidente da República. Bolsonaro disse ser inaceitável que a funcionalidade de envio de mensagens a grupos com milhares de contatos só esteja disponível no Brasil depois das eleições.
Em reunião com Bolsonaro e o ministro das Comunicações, Fabio Faria, representantes da empresa sustentaram que, diferentemente do que alegou Bolsonaro, a data da disponibilidade do chamado ‘Whatsapp Comunidades’ é uma decisão comercial e não tem relação com os acordos de combate à desinformação firmados entre o app e o Tribunal Superior Eleitoral.
“O WhatsApp participou hoje de uma reunião com o Governo brasileiro para fornecer mais informações sobre o recurso Comunidades e os planos da empresa para sua implementação no país. De acordo com o calendário já divulgado, a implementação da funcionalidade no Brasil ocorrerá somente após o período eleitoral”, disse a empresa, em nota, após a reunião com Bolsonaro.
“É importante ressaltar que a decisão sobre a data de lançamento deste recurso no Brasil foi tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo. Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, emendou o Whatsapp.
Há duas semanas, em atividade de campanha em São Paulo, Bolsonaro reclamou que “abrir uma excepcionalidade para o Brasil, isso é inadmissível, inaceitável, e não vai ser cumprido, este acordo que por ventura eles realmente tenham feito”, referindo-se ao aviso do Whatsapp que o Comunidades não será liberado no Brasil antes do pleito.
Nesta quarta, os representantes da empresa insistiram com Bolsonaro que o novo recurso anda está em desenvolvimento – apesar de ter sido anunciado mundialmente em 14 de abril, véspera da bronca pública do presidente brasileiro. E reforçou que a decisão sobre ele não tem relação com o memorando de entendimento do app com o TSE para o combate às ‘fake news’.
“Estamos no início do desenvolvimento de Comunidades para o aprimoramento do recurso antes de passar à etapa de lançamento global, o que não acontecerá por vários meses. Continuaremos a avaliar o momento exato para o lançamento da funcionalidade no Brasil e comunicaremos a data quando estiver definida. Reafirmamos que isso só acontecerá após as eleições de outubro”, completa o Whatsapp.