
A Reforma Tributária aprovada pelo Congresso é altamente dependente de soluções tecnológicas para se consolidar, afirmou o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) durante debate no Painel Telebrasil Summit 2025. Segundo ele, a digitalização será decisiva para garantir tanto a simplificação tributária quanto o combate à sonegação, à fraude e à inadimplência.
“É evidente que há um desafio agora, o principal, eu diria tecnológico, porque para que a Reforma tenha sucesso, ela é super dependente do bom funcionamento da tecnologia. Estamos falando da linguagem entre os meios de pagamento, dentro do modelo de nota fiscal e da declaração pré-preenchida. Para reduzir carga tributária e combater a informalidade, é fundamental o pleno funcionamento do split payment”, afirmou.
O parlamentar destacou o papel do PIX, que deverá ser integrado ao novo sistema tributário, e do cashback, mecanismo de devolução de parte dos impostos pago pelo consumidor, que segundo ele “terá papel extraordinário” ao mesmo tempo em que promove progressividade no modelo de tributos indiretos.
Lopes defendeu a criação de uma comissão externa de acompanhamento do Congresso para monitorar a implementação da reforma e dar transparência ao processo. O grupo deverá atuar em conjunto com a Receita Federal, estados e municípios, além de acompanhar a tramitação de propostas complementares, como o PLP 108, que institui o Comitê Gestor do IBS.
Para o deputado, a reforma traz ainda legados estruturais para além do sistema tributário. Ele citou o fortalecimento do federalismo, a possibilidade de reindustrialização do país e a adoção de mecanismos como o cashback para combater desigualdades. “Não tem como ser uma nação desenvolvida com a renda média per capita tão pequena. A reforma cria condições para mudar esse patamar, gerar emprego de maior valor e distribuir riqueza de forma mais justa”, disse.
Segundo Lopes, o avanço do novo modelo tributário representa também uma oportunidade para o Brasil se reposicionar na economia global. “O país tem todas as vantagens comparativas para se tornar uma das nações mais ricas do planeta, mas precisa transformar isso em valor agregado, riqueza distribuída e inclusão social”, concluiu.