Telebras prevê comprar 200 mil antenas para oferecer internet via satélite

Fracassada a tentativa de repassar diretamente parte da capacidade de seu satélite à inciativa privada, a Telebras indicou que vai voltar à estratégia inicial de venda de banda, especialmente para provedores, ou mesmo a oferta direta de acesso a internet para os usuário finais. Parte do plano se escora em dois novos programas de inclusão digital, as a ideia é também comprar 200 mil antenas VSAT para repassar aos parceiros ou instalar ela mesma. 

Segundo explicou nesta quarta, 29/11, o diretor técnico operacional da estatal, Jarbas Valente, parte da demanda é imediata, para o programa Escola Conectada, que prevê cerca de 7 mil escolas rurais com acesso até o fim de 2018. Além disso, a Telebras vai participar do programa Internet para Todos, que aproveita condições já existentes do Gesac (que atende postos de saúde, telecentros, áreas remotas, etc) e que deve elevar a necessidade imediata para pelo menos 15 mil antenas. Em seguida, porém, esse número terá que crescer. 

“Já temos definido para o ano que vem as sete mil [VSATs] da educação, mais uma quantidade que faz parte do projeto Gesac, e deve chegar em 15 mil. Logicamente que para crescer a Telebras no futuro vamos fazer uma licitação grande, uma quantidade maior de VSATs para que possa atender o mercado privado dos provedores”, disse Valente, ao tratar do satélite em audiência pública na Câmara dos Deputados. 

“Em termos de capacidade, 200 mil VSATs podem ser colocadas no restante do satélite, em velocidades que pode ser para backhaul, nas casas das pessoas, nas empresas, nas cooperativas, etc. É o que a gente vai deixar. Caso as empresas não queiram em determinado lugar, o Decreto [7175/2010, que reestruturou a estatal] permite que então a Telebras faça diretamente”, completou. 

De acordo com o diretor da estatal, pelo menos a primeira parte das VSATs, que pode chegar a 18 mil antenas, poderá ser comprada imediatamente sem necessidade de licitação. “Depois de três processos de licitação, podemos fazer contratação direta. Estamos negociando com as empresas, vamos comprar as VSATs que a gente tem necessidade e deixar para os nossos parceiros, comprando em alta escala para viabilizar o projeto.”


A ideia é que as antenas sejam fornecidas aos parceiros que comprarem banda da estatal. Onde eles não existirem, haverá venda direta. “O provedor pode escolher comprar da Telebras, a Telebras instala, compra em larga escala, ou pode comprar diretamente do fabricante que vier a fornecer. E vamos fazer diretamente onde ninguém quiser chegar. Se nenhuma operadora de telecomunicações, nenhum provedor quiser chegar em determinada localidade, num lugarejo de 100, 150 habitantes, a Telebras fará. 

Segundo ele, o custo das VSATs com a compra em grandes volumes é baixo. Ainda que o valor total seja significativo. Conforme apresentou na Câmara, com base em licitações anteriores, o valor das antenas, incluindo manutenção, pode chegar a R$ 1 bilhão ao longo de dez anos. 

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