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Abranet: faixa de 6GHz não licenciada vai aumentar a competição

A destinação da faixa de 6GHz para serviços não-licenciados é um ajuste de rumo da Anatel que, nos últimos tempos, ‘congelou’ o espectro desses serviços nas faixas de 2,4GHz e 5GHz, já saturadas, observou o presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), Eduardo Neger, ao participar do e-Forum Wi-Fi 6, realizado nesta quinta-feira, 30/07, pelo Convergência Digital e pela Network Eventos. Segundo o executivo, ter acesso a mais espectro não-licenciado é essencial para sustentar o crescimento do tráfego de dados, bem como possibilitar o surgimento de novos serviços e modelo de negócios com base na internet.

O presidente da Abranet se posicionou de forma contrária à destinação de 500 MHz da faixa de 6GHz às teles, afirmando que toda a destinação de espectro feita nos últimos tempos aconteceu para as operadoras de telecom. “O espectro não-licenciado é fundamental para a competição no setor. As empresas de SCM só surgiram porque existia o espectro não-licenciado e, assim, construíram suas redes usando a faixa de 2,4 GHz disponíveis à época. Começaram com rádio e migraram para fibra ótica. Hoje têm penetração importante no interior do País e introduziram competição nos grandes centros”, ressaltou Neger.

Falando de Wi-Fi 6, Neger apontou que ele vem para resolver problemas enfrentados hoje com a densidade, ou seja, muitos dispositivos pendurados em um mesmo ponto de acesso — e a versão 5  não consegue atender com qualidade todas as conexões. Com o aumento de conexões máquina a máquina, esta realidade tende a ficar ainda mais complexa. “Outro ponto importante é o mercado corporativo, que pode ter queda no Wi-Fi e a versão 6 consegue mitigar a interferência e melhorar a capacidade”, exemplificou.

“Expandir a banda e agregar a faixa de 6 GHz significa conseguirmos, depois de muitos anos, contar com novas faixas não-licenciadas e colocar para os provedores a possibilidade de criar novos serviços e prestar serviços de maior qualidade. A Abranet entende que o uso de faixas não-licenciadas — incluindo também o  white space das TVs — aumenta a competição e coloca no mercado mais inovação. Nós não estamos aqui para defender o peixe de cada tecnologia, mas para defender o cardume que quer mais serviços”. Assista a participação de Eduardo Neger, da Abranet.


Veja abaixo a íntegra do evento.

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