Facebook falha em detectar desinformação eleitoral no Brasil
O Facebook falha completamente em detectar desinformações flagrantes relacionadas às eleições no Brasil a partir de anúncios, segundo aponta um novo relatório da ONG britânica Global Witness.
“Nossa investigação conclui que o Facebook não conseguiu detectar desinformação relacionada a eleições em anúncios no período que antecedeu as eleições brasileiras em 2 de outubro de 2022. As tensões são altas no Brasil, com a crescente ameaça de desinformação – que prejudica os resultados eleitorais e pode levar à violência – ofuscando o período de campanha”, diz a ONG em resultados publicados nesta segunda, 15/8.
“No total, enviamos 10 anúncios em português brasileiro para o Facebook – cinco contendo informações falsas sobre eleições e cinco com o objetivo de deslegitimar o processo eleitoral. De forma alarmante, todos os exemplos de desinformação eleitoral foram aprovados”, completa.
Desde 2020, o Facebook exige que anunciantes façam um processo de autorização e incluam avisos de isenção de responsabilidade “pagos por” neles, semelhante ao que faz nos EUA. A Global Witness disse que conseguiui evitar essas regras quando enviou os anúncios de teste. O grupo colocou os anúncios de fora do Brasil, de Nairóbi e Londres, e sustenta que isso já deveria ter alertado a rede social.
A Meta, empresa-mãe do Facebook, responde que busca diferentes maneiras de proteger a integridade do processo eleitoral. “Nos preparamos extensivamente para as eleições de 2022 no Brasil. Lançamos ferramentas que promovem informações confiáveis por meio de rótulos em posts sobre eleições, estabelecemos um canal direto para o Tribunal Superior Eleitoral nos enviar conteúdo potencialmente problemático para revisão e seguimos colaborando com autoridades e pesquisadores brasileiros. Nossos esforços na última eleição do Brasil resultaram na remoção de 140.000 conteúdos no Facebook e no Instagram por violarem nossas políticas de interferência eleitoral. Também rejeitamos 250.000 submissões de anúncios políticos não autorizados. Estamos comprometidos em proteger a integridade das eleições no Brasil e no mundo”, diz a empresa.