Governo e provedores atrasam avanço do IPv6 e Anatel recria GT
Teles estão prontas, mas sites governamentais continuam no IPv4
A Anatel decidiu nesta quinta, 17/10, recriar o grupo de trabalho do IPv6, criado há uma década para estimular a migração das redes para a versão mais atual dos endereços da internet. O movimento, aliado aos incentivos criados pelo NIC.br, teve sucesso. No começo deste 2024, o Brasil superou a marca de 50% do tráfego em IPv6.
O problema identificado pela agência é que esse avanço parou. E estudos realizados pela área técnica, pela Huawei e pelo Inatel, apontam que apesar das grandes teles estarem totalmente preparadas, o mesmo não aconteceu com os pequenos provedores internet. Além disso, os sites de governo continuam em IPv4.
“A partir de 2015, prazo das metas acordadas no GT-IPv6, houve um grande crescimento do IPv6 no país”, apontou o relator do tema no Conselho Diretor da Anatel, Artur Coimbra. “O Brasil é o segundo país mais avançado no tema nas Américas – atrás apenas do Uruguai – e está entre os primeiros em todo o mundo.”
No entanto, percebe-se “estagnação no avanço do protocolo, especialmente ente as prestadoras de pequeno porte, com a maior barreira nos provedores de conteúdo, incluindo páginas governamentais”, ressaltou Coimbra.
A nova encarnação do GT-IPv6 terá como missões:
- Diagnóstico e fomento à adoção do IPv6 por prestadoras de pequeno porte.
- Atuação junto a provedores de conteúdo para garantir a segurança e a guarda das portas lógicas.
- Ampliação do suporte ao IPv6 nos equipamentos de telecomunicações, por meio de certificação.
- Ações de conscientização e acompanhamento do setor.
O Conselho Diretor aprovou também que a Superintendência de Planejamento e Regulamentação (SPR) avalie a inclusão da discussão sobre a guarda das portas lógicas e a adoção do IPv6 na Agenda Regulatória 2023-2024, no âmbito do projeto “Regulamento de Deveres dos Usuários”, visando a promover um ambiente mais seguro e eficiente nas telecomunicações.