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ABES: Segurança tributária será a luta do setor de software

Segurança tributária é agenda prioritária para a Associação Brasileira de Software (ABES), afirma o recém-eleito presidente da entidade, Paulo Milliet Roque. O executivo admite que o tema é central, mas não se mostra otimista de ter uma fácil resolução nos próximos dois anos. A entidade está, neste momento, preparando um documento para ser apresentado aos candidatos à presidência da República. “Uma das nossas reivindicações é ter mais liberdade para fazer negócios. Temos de facilitar o ambiente de negócios”, reforça Roque.

Para 2023, uma demanda do setor de TIC estará à mesa: a desoneração da folha de pagamento, que tem prazo para acabar em dezembro de 2023. “Muito se fala em renúncia fiscal, mas houve na verdade um aumento na arrecadação e se tem como provar”, diz o presidente da ABES. Paulo Milliet Roque tem ainda um olhar para a segurança jurídica. “A cada dia acontece alguma coisa diferente no Brasil”, lamenta. 

Com relação ao papel do Brasil no mundo de software – o país detém 1,65% dos investimentos em tecnologia em nível global, e 40% dos investimentos em toda a América Latina – o executivo da ABES diz que o ‘Brasil olha muito para o seu próprio umbigo para fazer os negócios”. E diz que a globalização, mesmo com o impacto da Covid-19 e da guerra da Ucrânia, não vai acabar. “A verdade é que o negócio está cada vez mais digital na área de serviços. É um mundo sem fronteira naturalmente”, adiciona.

Uma preocupação grande é o apagão de mão de obra. A ABES, antecipa, está conversando com entidades e parceiros para buscar formar mão de obra- entre jovens e entre os profissionais sêniores. “Não posso dar muitos detalhes, mas temos de nos unir para acelerar a adesão de profissionais ao setor. Só teremos um Brasil mais digital, se tivermos um Brasil menos desigual. E isso passa pela formação de talentos capazes de usar as novas tecnologias”, reforça Paulo Milliet Roque.

Indagado sobre a existência de diferentes entidades representativas no setor de TI – ABES, Assespro, Brasscom e Abinee- Roque disse que há uma comunhão de interesses entre todas. “Não vejo que há entidades demais. Cada uma tem o seu perfil e estamos fazendo muita coisa alinhada, principalmente, nas pautas macro do setor”, conta.


Pesquisa da ABES mostra que o total aplicado em TI no Brasil se distribui em 25% para o mercado de software (U$ 11,3 bilhões), 18% para o mercado de serviços (U$ 8,1 bilhões) e 58% para o mercado de hardware (U$ 26,3 bilhões), o que mostra que o país caminha para a média global, cuja distribuição é de 26% em software, 27% em serviços e 47% em hardware.

Já o crescimento do mercado de tecnologia, em nível global, ficou em 11% em 2021 – entretanto, no mesmo período, o Brasil apresentou um crescimento maior, de 17%, o que mostra o potencial do país neste segmento. Para 2022, a projeção é que haja um crescimento global na ordem de 6,4%, mas, de acordo com os dados da ABES, o Brasil deve crescer em torno de 14,3%, ficando apenas atrás da Turquia, que tem um crescimento previsto de 16%.  

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