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Abinee: São Paulo vai perder mais fábricas de TIC para Manaus por causa do ICMS

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) enviou novo ofício ao governador de São Paulo, João Doria, manifestando preocupação com as recentes medidas que oneram o ICMS do setor de TICs . Para a Associação, os Decretos nº 65.253 e 65.255, ambos de 2020, podem resultar em “desastrosos efeitos em termos de arrecadação, investimentos em PD&I e posições de trabalho, de difícil ou impossível compensação no curto ou médio prazo.” 

A entidade tomou conhecimento de movimentações de empresas do setor no sentido de transferir suas fábricas para Manaus. No novo ofício enviado ao governador, a Abinee cita notícia de que, na esteira de encerrar a produção de celulares, a LG também vai encerrar a produção de notebooks e monitores em Taubaté (SP). A empresa tem cerca de 1 mil empregados na cidade paulista. 

Ainda segundo a Abinee, também haverá impacto em outros municípios paulistas que concentram essas indústrias: Campinas, Sorocaba, Jundiaí, Hortolândia, São José dos Campos, além de Taubaté e lamenta a perda de empregos, faturamento e investimentos em pesquisa e inovação. 

Segundo o ofício da Abinee, a eventual saída de empresas de São Paulo “é motivo de consternação não só pela ótica dos investimentos produtivos, mas também, e principalmente, por conta dos postos de trabalho que deixarão de existir em São Paulo, neste momento tão delicado de pandemia e constante redução das taxas de emprego, com grave impacto social.” 

A Abinee considera que havia tempo hábil para reversão da mudança da LG, porém, ao que tudo indica, “faltou interesse do governo em atuar no sentido de manter o cenário tributário atrativo ao setor”. A entidade lembra que São Paulo reúne 191 das 511 empresas produtoras de bens de TICs, cujo faturamento concentra, em números relativos de todo o setor, 75% do faturamento nacional. E, de todos os recursos investidos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) do setor de TICs, São Paulo fica com 80% deles. O setor emprega aproximadamente 80 mil trabalhadores no Estado, onde encontrou um ambiente mais propício para alocação de seus investimentos produtivos. 


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