Brasil ultrapassa Coreia e Itália e entra no top 10 de investimentos em TI
O Brasil ultrapassou a Coreia do Sul e a Itália em 2023, ao somar US$ 50 bilhões em investimentos em tecnologia da informação, figurando entre os 10 maiores em nível mundial. Os dados, apresentados nesta quinta, 11/4, pela Associação Brasileira de Software (Abes), são da IDC.
De acordo com a pesquisa, o montante representou 1,6% dos investimentos em software, hardware e serviços em todo o mundo – que somaram US$ 3,2 trilhões (acima de US$ 3,1 trilhões de 2022).
Os aportes brasileiros significaram 37,2% dos investimentos em toda a América Latina, que somaram US$ 134 bilhões.
O raio X desses investimentos mostra ue 30% foram voltados para o mercado de software (US$ 15 bilhões), contra 26% do último estudo (US$ 11,7 bilhões); 22% para o mercado de serviços (US$ 10,9 bilhões), contra 19,5% do último estudo (US$ 8,8 bilhões); e 48% para o mercado de hardware (US$ 23,9 bilhões), contra 54,6% do último estudo (US$ 24,7 bilhões).
A média global é de 31% em software, 26% em serviços e 43% em hardware.
“A base instalada de hardware já vem atingindo sua maturidade. Por outro lado, vimos os investimentos em Software e Serviços crescerem e pela primeira vez desde que começamos o Estudo, em 2004, mostrando o avanço que Brasil teve no grau de maturidade de seus Investimentos em TI”, diz Jorge Sukarie Neto, conselheiro da ABES e responsável pelo estudo.
O recuo de investimentos em hardware (-11%) levaram a uma queda na soma (-0,4%), embora o mercado de software tenha crescido 13% e o setor de serviços, 10%. “Como Hardware perfaz quase a metade dos investimentos, essa queda acaba puxando a média para baixo, deixando o Brasil atrás do crescimento mundial de 4,1%”, avalia Sukarie.
A expectativa da ABES é que os investimentos em TI crescam 6% este ano, o que significa um desempenho bem melhor que 2023, mas ainda menor que a média global, projetada para crescer 7,4%.
Os principais motivos para o crescimento, segundo o estudo, virão da internet das coisas, cibersegurança, computação em nuvem e inteligência artificial. Estrela da vez, inteligência artificial tende a dobrar de tamanho em 2024 no país, embora se reconheça que o Brasil ainda está nos estágio iniciais de adoção.
A IDC destaca que o mercado de dispositivos vai somar US$ 17,2 bilhões, sendo que cada vez mais os equipamentos virão com soluções de IA nativas. Elas vão aparecer primeiro em produtos ‘premium’. Nesse total, smartphones representam US$ 9,8 bilhões; computadores, US$ 4,9 bilhões; vestíveis, US$ 698 milhões; impressoras, US$ 569 milhões; e tablets, US$ 577 milhões.
Notebooks Premium (acima de US$ 1,5 mil) representarão 6,9% do mercado brasileiro. Smartphones Premium (acima de US$ 800) serão 5,9% do total. Novas implantações de redes móveis privativas deverão superar US$ 220 milhões, mas a ABES destaca a falta de um ecossistema que ofereça soluções fim a fim.
O mercado de soluções de cibersegurança manterá trajetória de crescimento, chegando à marca de US$ 1,7 bilhão este ano – alta de 16% sobre o ano passado.
A computação em nuvem vai girar US$ 1,5 bilhão em plataformas como serviço (PaaS). Serviços de TI associados à nuvem vão movimentar US$ 1,4 bilhão em consultoria, integração e suporte de projetos relacionados a dados.
Os ambientes de computação de borda, compostos por hardware, software e serviços, devem absorver mais de US$ 4 bilhões até 2025 no Brasil.
Além disso, mercado de soluções de gestão (ERP, CRM, etc) deve somar US$ 5,6 bilhões no Brasil este ano, o que representa crescimento de 11,6%. A IDC estima que US$ 588 milhões estarão associados às capacidades de inteligência inseridas nessas soluções, enquanto plataformas analíticas e de IA somarão cerca de US$ 1,6 bilhão.