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Com mais de R$ 2 bilhões em dívidas com TICs, Americanas quer 50% de desconto e pagar em 48 vezes

O grupo Lojas Americanas divulgou o plano (em PDF) para enfrentar dívidas que chegam a R$ 43 bilhões, com R$ 16,3 mil credores. A proposta prevê que só verão integralmente o que têm a receber as micro e pequenas empresas ou empresas de pequeno porte, ou ainda fornecedores cujas dívidas sejam de até R$ 12 mil. 

Para além disso, o que inclui fornecedores de serviços de TICs, internet e informática, a proposta prevê que eles aceitem levar R$ 12 mil, independentemente do valor devido acima disso, ou com a aplicação de descontos de, no mínimo, 50%, mas que podem chegar a 60% ou 70% do valor pendente. 

Os fornecedores de produtos e serviços foram divididos assim: 

1) Credores fornecedores com créditos até R$ 12 mil terão seus créditos pagos integralmente em até 30 dias contados da data da homologação do Plano; 

3) Credores fornecedores com créditos superiores a R$ 12 mil e que aceitarem receber R$ 12 mil em troca da quitação total de seus créditos, receberão este valor em até 30 dias da data da homologação do Plano;


4) Credores fornecedores com créditos superiores a R$ 12 mil e que não optarem por aderir à opção acima, serão pagos em 48 parcelas mensais iguais, após aplicação de deságio de 50% ao valor total dos créditos quirografários, vencendo-se a primeira parcela no último dia útil do mês subsequente à homologação do Plano; 

5) Caso o credor seja fornecedor de produtos de revenda e se habilite tempestivamente aos termos de Credor Fornecedor Colaborador previstos no Plano, poderá receber até a totalidade dos seus créditos à vista, em até 360 dias da homologação do Plano ou 15 dias após o Aumento de Capital – Novos Recursos, o que ocorrer primeiro. 

Como mostrou um levantamento desta Convergência Digital, para além das dívidas das Americanas com bancos, há várias empresas de tecnologia na lista. A principal delas é a Samsung, que tem mais de R$ 1,2 bilhão a receber. Outros fabricantes de eletroeletrônicos também estão lá, caso da Philco (R$ 197,3 milhões), da Motorola (R$ 160,8 milhões), a SEMP (R$ 70,2 milhões) ou da Positivo (R$ 56,2 milhões). 

Empresas como essas estão na mira da proposta como Credor Fornecedor Colaborador, para os quais as Americanas acenam com quitação integral em 360 dias, se apoiarem o plano e mantiverem condições negociadas no passado para a revenda de seus produtos. 

A proposta não faz qualquer menção específica aos fornecedores de serviços, tratando-os nas diferentes escalas de dívidas – até R$ 12 mil, acima de R$ 12 mil. Significa que, no caso de empresas com dívidas grandes, como a Google, que tem R$ 91,7 milhões, além de outros R$ 2,6 milhões com a Google Cloud; assim como empresas de telecom, como a Claro, que tem R$ 25,6 milhões a receber, ou a Telefônica, R$ 8,4 milhões, são enquadradas no corte de 50% e pagamento em 48 prestações. 

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