O projeto Origem Verificada, que é um identificador de chamadas antigolpes para resolver um problema que atormenta os brasileiros com ligações excessivas e golpistas, é uma prioridade, mas ele não será lançado mais em 2024, afirma a Superintendente de Controle de Obrigações da Anatel, Suzana Rodrigues.
“O Origem Verificada teve muito esforço da agência ao longo desse ano, mas conversando com a ABR Telecom, identificamos problemas e eles precisam ser ajustados para fazermos o lançamento massivo”, afirmou a executiva, que participou nesta quinta-feira, 28 de novembro, da 3ª edição do Cyber Telecom, evento realizado pela Network Eventos, no Rio de Janeiro.
“Nossa ideia é fazer esses ajustes agora e no começo do ano”, reforçou Suzana Rodrigues, sem no entanto, querer dar uma nova data para o lançamento. Até então, previsto para o final do ano, o Origem Verificada teria a participação inicial de 42 empresas de diferentes setores que utilizam call centers para falar com seus clientes. A superintendente da Anatel foi cautelosa e preferiu não dar números de adesões.
O Origem Verificada permite que o usuário veja na tela do celular a empresa que está fazendo a ligação, podendo, assim, decidir se atende ou não a chamada. O país é o terceiro a implementar a medida, depois de Estados Unidos e Canadá. Para implantar o sistema no Brasil, a Anatel criou uma entidade identificadora e autenticadora (EIA) e uma entidade administradora da política (EAP). De forma simplificada, quando uma empresa que contrata o serviço, suas informações serão validadas pela EAP, que as depositará na EIA.
Existem ainda alguns requisitos para que o Origem Verificada funcione como a compatibilidade do smartphone. Grandes fabricantes, como Motorola, Samsung e Apple já liberaram ou devem liberar atualizações do sistema operacional para o funcionamento do identificador inteligente.
Outro ponto de atenção é que os smartphones somente exibirão o selo de verificação caso estejam conectados em redes 4G ou 5G com a tecnologia VoLTE ativa. No momento, apenas TIM e Vivo oferecem a funcionalidade a todos os clientes, enquanto a Claro restringe as chamadas por 4G apenas para usuários do pós-pago, que custam mais de R$ 100 mensais na versão de entrada do portfólio.
Com relação ao GT Cyber, que Suzana Rodrigues também assume com a sua nomeação à superintendência, a executiva diz que o momento será o de receber as empresas de datacenters, cabos submarinos e PPPs de menor porte com rede. “Esse grupo tem de adotar as nossas práticas e isso é prioridade”, diz. Assista a entrevista com Suzana Rodrigues, superintendente de Controle de Obrigações da Anatel.