Realidade Aumentada x Privacidade: um embate ainda real

Cerca de 10 mil usuários entrevistados em uma pesquisa da Ericsson esperam que o número de consumidores que combinam dispositivos AR e smartphones 5G duplique nos próximos cinco anos. “Prevemos que os óculos de AR com IA conectados a smartphones 5G como um passo intermediário fundamental, impulsionando uma adoção mais ampla e levando a aplicações cada vez mais sofisticadas, abrindo caminho para um futuro AR totalmente imersivo”, afirmou o head do ConsumerLab da Ericsson, Jasmeet Singh Sethi.
A pesquisa conduzida pela fornecedora de equipamentos de telecomunicações reuniu a experiência de 10 mil consumidores em dez mercados: Alemanha, Austrália, Brasil, China Continental, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Japão, Reino Unido e Suécia. A Ericsson monitora as expectativas do mercado de realidade estendida (XR) desde 2017. Nesse último estudo, os pesquisadores notaram um interesse crescente nas habilidades proporcionadas pela tecnologia entre os usuários pioneiros no uso da tecnologia.
Além da expectativa de crescimento em dobro da tecnologia nos próximos cinco anos, a pesquisa constatou que os consumidores demonstram forte interesse por dispositivos de AR portáteis. Não só isso, como os entrevistados se mostraram dispostos a pagar até 20% a mais pela portabilidade desses dispositivos.
Mas há também fatores que influenciam a adoção no mercado de massa, como desafios tecnológicos, sociais, de design e até de privacidade. Neste ponto, o relatório destacou que a privacidade dos espectadores continua sendo uma preocupação significativa — o que ainda representa um obstáculo para a adoção em massa desses dispositivos.
Vinte e um por cento dos entrevistados disseram não se sentirem confortáveis em estar perto de outras pessoas que usam dispositivos de realidade aumentada ou mista para capturar fotos ou vídeos. Já 31% responderam não se sentirem confortáveis em estarem na mira de câmeras desses dispositivos usados por outros indivíduos.
“Tornar obrigatório o desenvolvimento de recursos que protejam a privacidade do usuário e dos espectadores, incluindo dados pessoais como identidade e localização, por padrão, pode resolver esses problemas. Mas isso vai exigir uma colaboração cruzada entre a sociedade e a indústria”, diz o relatório da Ericsson.