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Z.ro Bank inaugura no Brasil pagamento por app de mensagem e troca de Bitcoin

O Z.ro Bank, um banco digital lançado formalmente nesta quinta, 17/9, aposta no câmbio de moedas digitais, começando pela Bitcoin, e nas transferências instantâneas com suporte do aplicativo de mensagens Telegram para se diferenciar na recente enxurrada de finetchs que fazem do celular um modelo mais ágil de instituição financeira. 

“Os bancos digitais são a nova ‘paleta mexicana’, estão em toda esquina. Mas 90% olham para conta, cartão de crédito e boleto. Só que o mercado financeiro tem muito mais e nós estamos olhando com muita objetividade para câmbio, moedas digitais e pagamentos digitais”, diz o empreendedor pernambucano Edisio Pereira Neto, CEO do Z.ro Bank. O que começou em maio e girou por meses com 4,8 mil clientes na fase de testes já dobrou de tamanho no primeiro dia de downloads. A meta é bater 100 mil de usuário ativos até o fim do ano. 

No câmbio, o domínio a ser batido é de uma plataforma estrangeira, Transferwise, criada por estonianos e sediada no Reino Unido. As moedas digitais são a nova fronteira. A Bitcoin, com a qual o Z.ro inaugura o modelo, é só a mais conhecida. Gigantes da tecnologia como Facebook fazem planos de lançar uma própria, assim com governos, caso da China, dos EUA e até do Brasil. E as transações com base em apps de mensagens são o óbvio que demorou a chegar. 

“Criptomoedas terão um movimento muito rápido, porque interessam grandes empresas e também países. O sujeito vai comer um Big Mac e vai ganhar ‘cashback’ em moeda digital. Mas vai poder trocar com o ‘cashback’ que ganhou, por exemplo, da Vivo, da Claro ou da TIM, e isso vai ser simples e estimulante. O Z.ro Bank foi construído em blockchain para integrar no futuro todas essas moedas”, diz o CEO. 

Edisio criou uma corretora (Europa) em Recife aos 16 anos e cresceu para todo o Nordeste, chegando a ter 15 lojas. Uma década depois, vendeu o negócio para a B&T, maior corretora do país e se tornou diretor de negócios do grupo. Em 2017, percebeu o potencial do blockchain. 


“Eu já conhecia muito da cozinha do mercado financeiro, que movimenta bilhões mas não deixa de ser uma bagunça, e vi que essa tecnologia poderia mudar muito o mercado de câmbio e de meio de pagamentos. Em 2018, montei uma fintech, a BitBlue, para qualquer um conseguir comprar e vender criptomoeda, que evoluiu para R$ 100 milhões em transações por mês. E recebi o convite para o Z.ro Bank”, conta. 

Ele acredita que a posição cautelosa do Banco Central com relação a criptomoedas é natural diante de algo que ainda é novo, mas que é uma postura de observar e aprender, não de impedir. E acredita que a autoridade monetária barrou os recentes planos do Whatsapp no Brasil por entender que a operação era fechada, restrita a operações com Banco do Brasil e Nubank, quando o objetivo do BC é o oposto, interoperabilidade ampla. 

“A ferramenta do chat é muito poderosa. Nos inspiramos no WeChat, da China, e estamos começando com uma aposta. Mas sinceramente não entendo porque até hoje ninguém apostou nisso ainda, principalmente as grandes empresas de telefonia”, diz Edisio. Da mesma forma, acredita que o potencial das criptomoedas é muito maior que o atual. “Hoje o Brasil tem aproximadamente 15 milhões de pessoas já adquiriram criptomoeda alguma vez. É um número ainda baixo, embora já seja cinco vezes o número dos investidores na B3”, completa. 

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