Este ano está se preparando para ser um ano crucial para a indústria de tecnologia. A IA generativa tornou-se popular em 2023 com a ascensão meteórica do ChatGPT e, em 2024, as empresas estão acelerando a implementação de IA para oferecer novas experiências a clientes e funcionários. A revolução da GenAI está impulsionando o investimento em infraestrutura de computação em nuvem para atender com às enormes necessidades de computação e processamento de dados da tecnologia. Na América Latina, o surgimento da GenAI está pronto para transformar as empresas em vários setores, ao mesmo tempo, aumentando ainda mais a demanda por serviços em nuvem e os data centers que os habilitam. Vamos examinar mais a fundo as principais tendências que estão impulsionando e moldando o setor de computação em nuvem da região, de chatbots a redes de distribuição de conteúdo.
1. A IA generativa está ganhando força, impulsionando o aumento da demanda por serviços em nuvem.
O lançamento do ChatGPT da OpenAI em 2022 deu ao mundo uma ideia do que a IA generativa pode fazer. Já estamos vendo o potencial revolucionário dessa tecnologia na América Latina, onde as empresas estão aproveitando a GenAI para melhorar o atendimento ao cliente, criar novos produtos e melhorar sua eficiência operacional.
Alguns exemplos incluem Despegar.com, uma empresa de tecnologia de viagens com sede na Argentina, que lançou recentemente uma assistente de viagens GenAI chamada SOFIA, a nova empresa brasileira Darwin AI, que fornece um assistente de conversa alimentado por IA para pequenas empresas; e o aplicativo web Runway, com sede no Chile, que alcançou a posição de unicórnio usando modelos de aprendizagem profunda para criação e edição de vídeos.
À medida que as empresas na América Latina passam a incorporar a GenAI em suas operações e as novas empresas digitais sonham com novas aplicações nativas da nuvem alimentados pela GenAI, as plataformas de computação em nuvem se tornarão uma parte cada vez mais vital da economia.
2. O crescimento da computação em nuvem está sendo impulsionado pela transformação digital.
Em toda a América Latina, as organizações estão adotando a mudança digital investindo em conectividade, armazenamento de dados e acesso à Internet, e dispensando papel, impressoras e serviço de entrega. Um estudo realizado em 2023 pela escola de negócios espanhola Inesdi constatou que 71% das empresas da região haviam começado a digitalizar suas operações, com o México liderando com 73%.
Os serviços em nuvem são um fator-chave que permite às organizações, grandes e pequenas, integrar a tecnologia digital em suas operações. Pequenas e médias empresas, de novas empresas de IA até vendedores de flores, estão aproveitando ferramentas baseadas em nuvem para criar produtos e alcançar mais clientes. No setor público, milhares de organizações, incluindo governos estaduais e municipais, estão usando plataformas globais de nuvem para atender com tarefas que vão desde o monitoramento dos preços de varejistas na Argentina até o apoio aos processos eleitorais no Brasil.
3. Hiperescaladores globais e provedores de nuvem independentes continuam a se expandir.
De acordo com relatório da corretora imobiliária CBRE, a oferta total de data centers em megawatts dobrou nos principais mercados da América Latina do primeiro trimestre de 2020 para o primeiro trimestre de 2023. A transformação digital e a consequente adoção de serviços em nuvem estão impulsionando a ocupação do espaço de data centers.
Grandes provedores de serviços em nuvem, ou hiperescaladores, continuam a expandir sua presença local, lançando novas regiões de nuvem e promovendo projetos de data centers em toda a América Latina. AWS, Google, Huawei, Microsoft e Oracle investiram milhares de milhões de dólares em data centers na região.
Além disso, provedores de nuvem independentes, que oferecem os mesmos serviços, mas a custos mais baixos e sem o excesso de caraterísticas dos hiperescaladores, também estão aumentando sua presença em toda a América Latina. Por exemplo, a empresa privada Vultr expandiu sua rede global de regiões de nuvem ao lançar locais de centros de dados em nuvem no México, Brasil e Chile nos últimos anos.
4. A região está eliminando seus obstáculos digitais.
Historicamente, os países latino-americanos têm sido vistos como lugares difíceis para construir e manter data centers devido aos desafios de distribuição de energia, ao custo e à complexidade da regulamentação e à falta de experiência em data centers, entre outros fatores. A localização limitada da infraestrutura de computação em nuvem significou maior latência e conectividade limitada, representando maiores desafios para as empresas obterem acesso à última geração de serviços em nuvem.
Isso está mudando com o surgimento de um novo setor econômico digital na América Latina que está avido por serviços em nuvem, estimulando um auge no investimento e na construção de data centers. À medida que os hiperescaladores globais se expandem, estão surgindo operadores de data centers locais que entendem as condições e regulamentos do mercado local para fornecer o equipamento e a potência necessários para manter a estabilidade nas principais operações do data center. Alguns estados e países também estão desenvolvendo políticas para apoiar a indústria de data centers com financiamento, programas de treinamento e incentivos de investimento.
5. As redes de distribuição de conteúdo estão expandindo seu alcance na América Latina.
O envio rápido e contínuo de dados é fundamental para garantir uma ótima experiência de usuário para comércio eletrônico, jogos, transmissão de mídia e outras aplicações com uso intensivo de dados. Uma rede de distribuição de conteúdo (CDN) usa um grupo de servidores distribuídos geograficamente para armazenar em cache o conteúdo da web mais próximo do visitante, minimizando a latência e maximizando as velocidades de envio, independentemente da localização. As redes de distribuição de conteúdo também podem melhorar a segurança do website e reduzir o consumo de largura de banda, resultando em economia de custos.
Com os provedores globais de rede de distribuição de conteúdo [GI1]*1 implantando seus serviços nos mercados de Santiago até São Paulo, os clientes em locais de difícil acesso agora podem executar cargas de trabalho mais próximas dos usuários finais. Isso resulta em melhorias significativas de custo e desempenho e permitindo a inovação em escala. Por exemplo, o lançamento da rede de distribuição de conteúdo da Vultr capacita desenvolvedores e novas empresas da região, acelerando o provisionamento e a ampliação de conteúdo e entrega de mídia em seis continentes.
Aperte o cinto! Com a GenAI avançando rapidamente, as empresas na América Latina estão prontas para testemunhar mudanças significativas em seus processos internos, mesmo que muitas delas estejam apenas começando a digitalizar suas operações. A colisão dessas tendências com um maior crescimento na rede de data centers da região abrirá uma nova era de eficiência e inovação para as empresas que adotam a nuvem.
*1: Examples: [GI1]– CacheFly has PoPs in Sao Paulo, Bogota, La Paz, Buenos Aires, Lima, Santiago de Chile, and Rio de Janeiro. https://www.cachefly.com/latam/
-EdgeUno installed multimedia CDN servers in Bolivia: https://www.bnamericas.com/en/news/edgeuno-installing-cdn-network-at-bolivian-traffic-exchange-point
-Akamai added a core compute region in Sao Paulo, its first in LatAm: https://www.akamai.com/newsroom/press-release/akamai-expands-world-s-most-distributed-cloud-network-with-new-c
* Kevin Cochrane é Diretor de Marketing da Vultr