Ministério da Saúde nega sabotagem interna em ataque hacker
O apagão de dados do ministério da Saúde foi provocado por um ataque hacker e não por sabotagem, reagiu irritado, nesta sexta-feira, 14/01, o ministro Marcelo Queiroga. Segundo ele, houve um ato criminoso sem a participação de funcionários do ministério. O secretário Executivo do Ministério, Rodrigo Cruz, admitiu que os hackers excluíram sistemas da nuvem.
“Se houve sabotagem, não foi por parte do ministério, tá? É de parte de criminosos. Isso tudo está sendo apurado pela Polícia Federal e nós estamos tranquilos. Onde falta transparência não é no nosso governo”, respondeu o ministro, ao ser indagado sobre o apagão de dados e lembrado de que há um movimento de senadores para abrir uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a gestão do governo na pandemia.
Na quarta-feira, 12, parlamentares do PT apresentaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de investigação contra o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por conta das instabilidades dos sistemas de dados do Ministério da Saúde, por conta do ataque hacker que paralisou as plataformas e-SUS Notifica, SI-PNI e ConecteSUS. Um mês depois, os sistemas seguem sendo reestabelecidos.
O pedido à Corte foi apresentado por quatro deputados – Reginaldo Lopes (PT-MG), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Alexandre Padilha (PT-SP) e Bohn Gass (PT-RS). O ministro Gilmar Mendes, do STF, é o relator do caso.Os deputados do PT acusam o ministro da Saúde de violação do dever de transparência da Administração Pública, princípio previsto na Constituição.
Também afirmam que ele cometeu crimes como prevaricação e infração de medida sanitária preventiva. A prevaricação é um crime contra a Administração Pública que consiste em “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. A pena é de detenção, de três meses a um ano, e multa.