Para ex-chefe da CIA, novas denúncias azedam relação com setor de TI
As revelações do Wikileaks de que a CIA financia um exército de hackers e usa vírus e malwares para invadir smartphones, televisores e veículos vão fazer as relações entre o setor de tecnologia e o governo americano recuar para o clima de desconfiança visto após as denúncias de Edward Snowden. É o que acredita o ex-diretor da Agência Central de Inteligência David Patraeus, conforme entrevista a uma rádio da Califórnia.
“Isso vai prejudicar as relações que estavam sendo reestabelecidas com as empresas de TI depois das revelações de Snowden, que causaram um enorme dano e estavam sendo reconstruídas. Temo que [as novas denúncias] vão fazer esse esforço recuar”, afirmou Patraeus à KPCC.
Segundo ele, as alegações do Wikileaks de que ao não revelar as vulnerabilidades a empresas como Google e Apple, os dispositivos continuarão passíveis de serem invadidos pelas agências de espionagem. “Acho que essa é uma preocupação justa”, admitiu David Patraeus.
Batizado de ‘Cofre 7’, o conjunto de denúncias baseados em documentos da CIA obtidos pelo Wikileaks mostra que a agência americana tem ferramentas para espionar dispositivos eletrônicos com Android, iOS ou Windows e é capaz até mesmo de transformar televisores da Samsung em microfones disfarçados, tudo remotamente, graças a um imenso arsenal de vírus, trojans e malware ‘bélicos’, desenvolvidos por mais de 5 mil hackers a serviço do governo dos EUA.