Acordo com credores injeta R$ 3,25 bilhões na Oi
Plano tem venda de ativos como clientes de fibra e a transferência da TV paga. Votação será em 10 de abril.
Depois de dois dias de negociações na Assembleia de Credores, a Oi anunciou que chegou a um acordo com um grupo de credores que garante apoio suficiente para aprovação do novo plano de recuperação judicial – eles envolvem o grupo de credores internacionais, as empresas de capacidade satelital e as de torres, além da V.tal.
Os principais pontos acertados preveem uma injeção de até US$ 650 milhões, sendo US$ 500 milhões pelos credores internacionais, e US$ 100 milhões, com opção de mais US$ 50 milhões pela V.tal. Sendo que US$ 125 milhões devem ser disponibilizados até 30 de abril deste 2024.
“Liquidez é fundamental. Se não tiver esses recursos, o plano não tem sustentabilidade”, destacou um dos representantes da Oi, Antonio Rabelo, ao apresentar o que foi negociado. “Não tendo esses recursos até o dia 30 de abril, a companhia não tem como cumprir o que está nos planos, assim como os termos do acordo firmado no TCU para o equacionamento da situação da companhia também é condição resolutiva.”
Alguns termos dessa injeção de recursos – notadamente as garantias de parte do que a V.tal vai aportar – ainda terão novas tratativas. E até por isso a Oi pediu nova suspensão da assembleia, de forma que uma votação foi adiada para 10 de abril.
Os US$ 650 milhões, ou R$ 3,2 bilhões, já estavam previstos quando a Oi apresentou a proposta, no começo de fevereiro. Assim como a venda de ativos, especialmente a Clientco, que reúne os 4 milhões de clientes de banda larga da Oi, pelos quais a empresa quer, no mínimo, R$ 7,3 bilhões.
A empresa confirmou que a ideia é vender essa carteira em lotes regionais, na expectativa de maximizar os valores. Sendo que o plano prevê que os credores provedores de liquidez – estrangeiros e V.tal – tenham poder de veto caso a venda fique abaixo do valor de referência. Mas a concorrência está grande pela carteira de clientes. Há pelo menos seis grupos interessados.
Nos termos acertados com empresas de torres e de capacidade satelital (Hispasat e SES), além de descontos que podem chegar a 60% no valor devido, existe a perspectiva de garantias adicionais a partir da venda de imóveis. Adicionalmente, o plano abre a possibilidade, caso não satisfeitas as condições de pagamento, de transferência dos ativos relacionados à operação de TV por assinatura em uma UPI TV.
A Oi explicou que a venda de imóveis, parte da negociação com torreiras (como American Tower e IHS), as deixa prioritárias no recebimento dos valores relativos aos imóveis. Todos imóveis vendidos em 12 meses até R$ 100 mihoes ficam com a Oi para garantir liquidez imediata. A partir daí, 70% das vendas vão para esses credores e 30% ficam com a Oi.
O arranjo também prevê a indicação de três nomes para o conselho de administração da Oi em um primeiro momento. Na sequência do plano, toda a composição tende a mudar, uma vez que está prevista a diluição de 80% do capital da empresa.
Os credores que apoiam o plano se manifestaram favoravelmente duarante a assembleia desta terça, 26/03, mas ao final a Oi pediu uma nova suspensão, até 10 de abril, para conclusão da formalização do documento do novo acordo.
O Convergência Digital publica a o texto negociado pela Oi. Clique aqui.
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