Telecom

Anatel abre consulta sobre uso da inteligência artificial em telecom

A Anatel abriu nesta terça, 9/4, uma tomada de subsídios para coletar insumos e percepções da sociedade acerca do papel da conectividade enquanto plataforma habilitadora do pleno desenvolvimento de tecnologias emergentes, com destaque para a Inteligência Artificial.

As contribuições podem ser encaminhadas até 9/6, por meio do sistema Participa, onde também está disponível o relatório com a visão da Anatel sobre o tema.

Como aponta o mencionado relatório, o ambiente de telecomunicações é caracterizado por uma operação de rede complexa, custos altos e oportunidades de melhoria da experiência do cliente. A adoção de IA pode diminuir despesas operacionais, automatizar processos complexos e/ou repetitivos, permitindo otimizar o funcionamento das redes, além de promover a eficiência energética das conexões, com impactos ambientais positivos.

Outros usos da IA incluem planejamento e atualizações de redes e capacidades; modelagem, predição e propagação de canais; compartilhamento dinâmico de espectro; otimização da qualidade de serviço e classificação de tráfego; aperfeiçoamento da segurança e combate a ameaças; monitoramento e gestão adaptativa da rede; além da detecção e prevenção de fraudes

Segundo a Anatel, espera-se que a tecnologia 6G tenha a IA como um componente nativo da rede. Para tanto, o padrão prevê uma interface aérea que usa IA para melhorar o desempenho das funções de rádio, como detecção/decodificação de símbolos, estimativa de canal, etc. Uma rede de rádio com IA nativa habilitaria uma percepção inteligente do tráfego de dados, com o fornecimento de capacidade sob demanda e o suporte a uma variedade de novas aplicações de forma ubíqua e massiva.


Nesse sentido, o uso de IA em telecom permitirá uma infinidade de casos de usos inovadores, a exemplo da disseminação da direção autônoma segura; da colaboração entre dispositivos usados em aplicações de assistência médica; da divisão de pesadas cargas computacionais entre vários dispositivos; bem como da criação de gêmeos digitais e da projeção de cenários a partir deles.

A tomada de subsídios lembra, no entanto, que apesar da grande penetração do serviço móvel no Brasil, permanece a desigualdade de acesso, principalmente nos estados das Regiões Norte e Nordeste do país. Além disso, a velocidade média da banda larga ainda é desigual entre os estados brasileiros e está bastante relacionada com a existência de infraestrutura robusta que a suporte. A disponibilidade de banda larga fixa em alta velocidade é muito superior nos municípios que são atendidos por backhaul com tecnologia de fibra ótica.

“Nesse sentido, tem-se que a superação dos gargalos da infraestrutura de telecomunicações coloca-se como condição sine qua non para que o país alcance uma transformação digital verdadeiramente inclusiva”, aponta o documento em discussão.

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