B2B já responde por 65% da receita da Algar Telecom
Os resultados do terceiro trimestre do ano da Algar Telecom, divulgados nesta terça-feira, 09/11, corroboram a estratégia da operadora de centrar seus negócios no mercado corporativo. O B2B já representa 65% da receita total da companhia, comemora o CFO da Algar, Tulio Abi-Saber, em entrevista ao Convergência Digital. “Nós crescemos muito no mercado corporativo. Os negócios de Internet das Coisas cresceram 74% de um ano para o outro e os de serviços de TIC cresceram 64%”, relata o executivo.
No caso de IoT, o diferencial em um dos segmentos que cresceu – o de chips para meios de pagamentos – vem da inovação interna. “Nós desenvolvemos hardware e software no Brain, o nosso hub de inovação, que permitiu a criação do SIM Card que reduz áreas de sombras e com serviços baseados em nuvem e IA. É tecnologia nacional que conquista os clientes”, reforça Abi-Saber.
Ainda no B2B, o crescimento foi de 24% no segmento corporativo e de 14% nas PMEs. A Algar Telecom está presente em 372 cidades, em 16 estados e mais o Distrito Federal, com uma rede de mais de 110 mil quilômetros. “A compra da Vogel fez diferença. Temos a incorporação de 3000 clientes e a integração será finalizada até a metade de 2022”, adiciona o CFO.
Indagado sobre planos futuros, Tulio Abi-Saber adotou cautela com relação às redes neutras. “Efetivamente temos apenas uma empresa de rede neutra (V.Tal), já que Vivo e TIM estão criando redes nas quais elas têm exclusividade de uso. É um negócio que estamos avaliando como todos os outros”, ressaltou. O grande mote da Algar Telecom – para manter o crescimento no B2B – são as parcerias. “Foi com as parcerias que mostramos resiliência e tivemos condições de oferecer soluções mais completas e novos serviços para os mesmos clientes”, adianta.
No B2C, a migração da base para fibra ótica chegou a mais de 90% da base. O número de casas passadas na área em que a companhia atende clientes do varejo era de 947,1 mil, um aumento de 31,4% em relação às 755,4 mil no mesmo período no ano passado atingindo 92% dos domicílios da região. As casas conectadas, por sua vez, passaram de 391,7 mil para 493,3 mil, um crescimento de 25,6%. “A migração para fibra nos permite oferecer serviços novos e nos desligar das redes legadas, um peso que carregamos”, observa Abi-Saber.
Com relação ao 5G, de novo reticente em falar de planos futuros, o CFO da Algar Telecom diz que é preciso esperar os trâmites serem concluídos, mas tão logo a operadora tenha acesso ao espectro, o objetivo é trabalhar para começar a oferecer o 5G na faixa de 2,3GHz no B2C e no B2B na região de atuação. E aguardar a limpeza da faixa no 3,5GHz.
Ir às compras para consolidar o crescimento é uma meta constante da Algar Telecom, mas Abi-Saber não prevê a aquisição de ISPs para ampliar a infraestrutura. “Nossa rede é voltada para o B2B. Tem uma arquitetura diferenciada. A maior parte dos ISPs tem rede voltada ao B2C”, ressalta. Com relação ao desempenho, o CFO diz que lucro líquido é importante, mas a empresa está consciente que está fazendo um alto investimento para construir uma infraestrutura nacional.
O lucro líquido registrado foi de R$ 94,7 milhões, um aumento de 236,4% frente aos R$ 28,1 milhões contabilizados no terceiro trimestre do ano passado. A operadora explica que essa variação foi impactada por um efeito pontual, no valor de R$ 47,5 milhões, referente ao reconhecimento de um crédito na linha de imposto de renda e contribuição social advindo de decisão judicial que reconheceu como inconstitucional a tributação do imposto de renda sobre pessoa jurídica e a contribuição social sobre lucro líquido incidentes sobre juros Selic em créditos tributários nos quais a decisão judicial é favorável ao contribuinte. Excluindo esse efeito a variação no lucro líquido teria sido de 67,6% no comparativo dos trimestres, fruto da maior geração operacional de caixa e menores despesas financeiras no período.