Balanço financeiro forte significa preparar a TIM para uma possível consolidação
O balanço do primeiro trimestre da TIM Brasil mostra que a política da operadora- de valorizar o pós-pago e de ‘limpar’ a base pré-paga em busca de melhorar a receita- funcionou. Depois de 12 trimestres, a tele apresentou aumento de receita líquida total no trimestre na comparação com o mesmo período de 2016. A empresa totalizou R$ 3,95 bilhões em receitas, 2,5% a mais. O ponto alto da receita veio com o incremento de dados.
Nos serviços móveis, a alta foi de 3,7%, para R$ 3,56 bilhões, e no segmento de SVAs, o crescimento foi ainda maior, de 24,9%, para R$ 1,85 bilhão. Mas a maior alta foi no que a operadora chama de receita inovativa (banda larga móvel), cujo crescimento foi de 30,7% no trimestre, para R$ 1,7 bilhão. Houve ainda uma leve redução nos custos, para R$ 2,69 bilhões.
Com dados em alta, o lucro cresceu, 3,3%, para R$ 132 milhões. A receita média por usuário subiu quase 11%, para R$ 19,2. Em termos operacionais, a operadora fechou o primeiro trimestre com 73,5% de penetração de smartphones, 19,7 milhões de clientes 4G, e aumento de 13,1% na base pós-paga na comparação anual.
Na teleconferência de resultados realizada nesta sexta-feira, 28/04, o presidente da TIM Brasil, Stefano Di Angelis, comemorou os números e assegurou: a TIM está se preparando para não perder a liderança no pré-pago e para ficar ainda mais forte no pós-pago. E o diferencial para alcançar essas metas será a qualidade da rede de serviços.
“O primeiro trimestre confirmou a mudança da operação da TIM Brasil. Mostra que o reposicionamento da marca está acontecendo. Houve uma queda no churn (saída de clientes para outras operadoras) e, ao mesmo tempo, tivemos um bom desempenho na portabilidade numérica ( que é a vinda de assinantes de outras teles com a manutenção do número de telefone). Crescemos no pós-pago para 25% da base, quando no ano passado, era 20%. E vamos manter a política de desconexão no pré-pago, mas defendendo a nossa liderança”, pontuou o executivo.
Di Angelis ressaltou que o 4G tem papel crucial na estratégia da TIM Brasil. E, hoje, os smartphones 4G já representam 32% da base total e os usuários de dados já somam mais de 60% da base de assinantes. O presidente da operadora falou ainda que a meta é melhorar o mix da base de usuário, de acordo com o perfil de uso de dados e voz.
Também deixou claro que os investimentos vão se concentrar em infraestrutura de rede. E adiantou: manter os balanços financeiros’fortes’ significa preparar a TIM para uma possível consolidação mais à frente. “Não estou falando que há negociação em curso, mas precisamos estar preparados”, sinalizou.
Sobre a racionalidade do mercado, Angelis disse que o segmento está atuando de forma firme e minimizou as promoções das concorrentes, entre elas, a Claro que lançou a voz ilimitada. “Tudo está acontecendo dentro de uma normalidade de mercado”, completou.