Brasil é convocado para time global de proteção aos cabos submarinos
“Todos os países estão preocupados”, diz o superintendente da Anatel Gustavo Borges
Depois de afastar a crise e convencer o governo do Ceará a desistir de uma obra em cima dos cabos submarinos que chegam ao Brasil em Fortaleza, a Anatel passou a integrar um grupo internacional criado para proteger essas infraestruturas críticas.
“Todos os países têm preocupação com rompimentos de cabos submarinos, e os agentes interessados estão reunidos com o propósito de reunir boas práticas para evitar incidentes”, explica o superintendente executivo da Anatel, Gustavo Borges, que representou o Brasil na primeira reunião do Órgão Consultivo Internacional sobre Resiliência de Cabos Submarinos.
O caso de Fortaleza foi emblemático e apontado na primeira reunião do Órgão Consultivo. A Anatel precisou levar o caso ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República até convencer o governo cearense a mudar os planos de construir uma usina de dessalinização sobre os 17 cabos submarinos que aterram na Praia do Futuro.
“Destacamos o papel estratégico do Brasil, especialmente pelo hub de cabos submarinos na Praia do Futuro, em Fortaleza”, diz Borges. Os cabos na Praia do Futuro são considerados pela Anatel como a infraestrutura de telecomunicações mais crítica do Brasil. Por isso mesmo, passaram a ser incluídos nas regras de segurança da agência.
O grupo, criado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) e pelo Comitê Internacional de Proteção de Cabos (ICPC, na sigla em inglês), tem representantes de vários países, governos e setor privado, dedicado a estudar boas práticas.
“Vamos passar por um período de diagnóstico de principais causas, para então discutir boas práticas, formas de cooperação, recomendações”, diz o superintendente executivo da Anatel. O órgão visa a promoção de reparos ágeis, mitigação de riscos e fortalecimento da continuidade das comunicações.
A reunião inaugural abordou a definição de métodos de trabalho, temas prioritários e próximos passos para elaborar uma visão estratégica, plano de ação e cronograma de entregas. O objetivo é fortalecer a infraestrutura de cabos submarinos, essencial para a comunicação global.
Composto por dois presidentes e 40 membros selecionados por candidatura, o grupo é uma parceria estratégica entre governos, indústrias e organizações internacionais, reforçando a cooperação global para a segurança das telecomunicações.