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Telecom

Claro, TIM e Vivo unidas por APIs padronizadas para segurança digital

O Brasil sai na frente e é o primeiro país a ter múltiplas operadoras – Claro, TIM e Vivo – APIs abertas padronizadas pela iniciativa GSMA Open Gateway. Os serviços lançados são o de verificação de número, troca de SIM e localização de dispositivo. Todos voltados ao combate às fraudes e à segurança digital. 

Neste momento fazem parte ainda do ecossistema, além das três teles, a Microsoft Azzure e a Infobip, primeiro integrador técnico da plataforma na API de verificação de número telefônico. Caberá à integradora direcionar as chamadas corretas para as redes das operadoras. Mas a GSMA quer a participação de outros provedores de nuvem, como Google e AWS, e  de mais operadoras e das MVNOs. 

“É muito raro o que está acontecendo aqui hoje. Há um compromisso único das operadoras para levar uma solução única para o cliente final por meio de parceiros. Isso faz parte do amadurecimento do setor de telecom”, diz o VP de Novos Negócios e Inovação da TIM Brasil, Renato Ciuchini. 

“Quanto mais empresas aderirem à iniciativa, melhor para o mercado como um todo. A padronização é simplificar processos e levar serviços mais simples ao consumidor”, adiciona a Diretora Executiva B2B da Vivo, Debora Bortolasi. 

O diretor de Novos Negócios da Claro, Carlos Araújo, diz que é evidente que as teles querem as APIs pensando em novas receitas, mas há também a busca por se ter um padrão global. “O que se fizer aqui poderá ser replicado em qualquer lugar do mundo. Nossa missão daqui pra frente é impulsionar o uso mesmo”, pontua. 


Custo para o mercado

Questionados sobre preços das APIs liberadas, as teles não quiseram falar de valores, mas adotaram um discurso único: mais do que receita agora, o tempo é de abrir fronteiras e atrair mais e mais clientes. Não por acaso, o Banco Itaú já sinalizou a intenção de aderir ao Open Gateway e atuar com as três teles.

Presente ao evento de lançamento das APIs brasileiras, realizado nesta terça-feira, 28/11, em São Paulo, o diretor de redes da GSMA, Henry Calvert, parabenizou o trabalho conjunto de Claro, TIM e Vivo e adiantou que há pelo menos mais 20 APIs sendo trabalhadas no mundo para serem lançadas ainda em 2023. 

“Teremos APIs para comunicação, conectividade e Web 3.0, entre outras. As APIs estão olhando para o futuro. E asseguro que 2024 será um ano de parcerias, parcerias e parcerias. Os desenvolvedores serão os inovadores para o mercado de telecom”, pontuou. 

Responsável pela integração, Yuri Fiaschi, diretor de parcerias estratégicas da Infobip, bateu na tecla da simplificação. Ele ressaltou que quanto mais simples os processos de uma plataforma, mas fácil será a integração e o mercado mais vai consumir. “Por isso queremos a adesão de mais e mais operadoras, de MVNOs e de quem mais quiser trabalhar com APIs”, reforça.

Primeira provedora de nuvem pública a aderir ao Open Gateway, a Microsoft Azzure assegura que abrir APIs não é uma brecha na estratégia de segurança das redes. O VP das operações Azzure na América Latina, Pablo Strika, assegura que o SLA ofertado é o mais rigoroso do mercado. “Não tenham medo da palavra open. Isso significa padrão. Não há qualquer risco à segurança”, atestou.

As APIs anunciadas pelas operadoras brasileiras são:

Verificação de número: oferece verificação contínua do número de celular de um usuário, proporcionando autenticação forte e uma experiência de usuário aprimorada. É um caminho de evolução simples para qualquer empresa que utiliza números de celular e senhas de uso único por SMS. Em vez de depender do envio de SMS, a verificação de número pode ser ativada de forma contínua e automática para confirmar a identidade de um usuário –  o que não só melhora a experiência do usuário, mas também elimina eventuais problemas, como o de pessoas que não recebem SMS ou têm dificuldades de uso devido à pouca familiaridade com a tecnologia.

Troca de SIM: é usado para verificar se um número de telefone trocou recentemente de cartão SIM. Isso ajuda a evitar ataques de apropriação de contas, nos quais os fraudadores assumem o controle do cartão SIM do proprietário da conta usando técnicas de engenharia social e dados pessoais roubados. No momento de uma transação financeira, por exemplo, uma instituição financeira pode verificar se a relação entre o número de telefone do cliente e o cartão SIM foi alterada recentemente, ajudando os tomadores de decisão a aprovarem ou não a operação.

Localização do dispositivo: permite que os desenvolvedores confirmem se um dispositivo está em um local determinado, o que pode ajudar a detectar e prevenir transações falsas e a proteger os clientes de fraudadores que utilizam manipulação de GPS – conhecida como GPS fake. A API garante a validação instantânea da área de localização fornecida pelo proprietário do dispositivo móvel e da área de localização do dispositivo na rede da operadora, para evitar manipulação. Deste modo, as empresas de aplicativos de entrega, por exemplo, podem implantar a tecnologia para garantir que os motoristas estejam entregando ao cliente correto.

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