Telecom

Ericsson: Compartilhamento de espectro permite 5G às teles antes do leilão

A Ericsson assegura que as operadoras brasileiras podem ter o 5G já usando as frequências disponíveis do 4G com o compartilhamento do espectro, mas admite que a velocidade e a latência não seriam as mesmas de uma infraestrutura 5G por conta da ‘necessidade de banda significativa que poderia não existir. Mas é possível começar o 5G para aplicações já”, reportou o diretor de redes da Ericsson para o Cone Sul, Paulo Bernardocki.

De acordo ainda com o especialista, não é necessário esperar o uso do espectro de 3,5GHz. “Não há aspecto legal que impeça o uso das licenças atuais para o 5G. O que há é que a Anatel tem de autorizar a certificação dos equipamentos 5G, o que ela promete fazer em um prazo de 30 dias”, acrescentou Bernardocki. Duas operadoras já fazem o uso desse modelo de compartilhamento do espectro LTE com o 5G: a Vodafone holandesa e a suíça Swisscom, na faixa de 700 Mhz.

Sobre realizar ou não o leilão 5G em 2020, como defendem boa parte dos fornecedores, o presidente da Ericsson Latam Sul, Eduardo Ricotta, reconheceu que o momento global e do Brasil por conta da pandemia de Covid-19 impacta decisivamente. A Anatel gostaria de fazer ainda em 2020, mas já sinalizou que irá para 2021. Por sua vez, as operadoras se posicionam de forma contrária ao certame, no curto prazo, por conta dos investimentos necessários com a justificativa que ainda estão rentabilizando os aportes feitos no 4G.

“Ao final de tudo, a decisão final sobre o 5G será das operadoras. Elas serão as compradoras das licenças, e há, sim, uma indefinição econômica real, mas não podemos também nos atrasar muito em relação ao mundo para não ficarmos atrasados”, pontuou Ricotta, em videoconferência com jornalistas nesta quinta-feira, 14/05.

Na videoconferência, a Ericsson apresentou números e reforçou que o 5G será B2B, com um potencial de R$ 332 bilhões de receitas até 2030, com apenas R$ 60 bilhões vindo do consumidor final. A maior parte da receita virá de segmentos como o agronegócio, com R$ 50 bilhões e o principal deles, por conta das aplicações de telemedicina, o de saúde com R$ 76 bilhões. As cidades inteligentes vão gerar R$ 113 bilhões em 10 anos.


Botão Voltar ao topo