Fibra ótica na Amazônia abre ao Brasil ter cabo submarino no Pacífico

A seca histórica que atingiu a região Amazônica atrasou parte da implantação das redes de fibras óticas subaquáticas, mas uma das pontas mais importantes, com potencial de garantir uma saída digital pelo Oceano Pacífico, deve ser retomada em janeiro de 2025.

A projeção é do presidente da EAF/Siga Antenado, Leandro Guerra. Ele explicou nesta terça, 26/11, que o trabalho da EAF está adiantado ao ponto de a Anatel ter aprovado a liberação da faixa de 3,5 GHz para oferta do 5G em todo o país.

A primeira etapa das seis rotas do projeto inclui as infovias 2, 3 e 4. As infovias 3 (entre Belém e Macapá) e 4 (Vila de Moura até Boa Vista) devem ser concluídas no primeiro trimestre de 2025. Já a infovia 2, a mais a Oeste no país, enfrenta dificuldades.

“A Infovia 2, que vai até a fronteira, é subaquática entre Tefé e Tabatinga e está prejudicada pelo clima. A seca é muito rigorosa e não permite o lançamento dos cabos nem mesmo a chegada dos equipamentos, que precisam ser transportados pelo rio. Nossa perspectiva é iniciar o lançamento dessa infovia em janeiro do ano que vem”, explicou Guerra.

Essa infovia é estratégica para o Brasil garantir uma saída de fibra ótica pelo Oceano Pacífico, frente à forte dependência do país dos cabos submarinos concentrados em Fortaleza-CE, o que gera riscos específicos, como já apontado pela Anatel.

Este ano, o Brasil firmou um acordo com a Colômbia estender a infovia 2, que conecta 13 municípios amazônicos, até a cidade de Leticia, no país vizinho.

“Existe um interesse muito grande de governos vizinhos do Brasil, inclusive já tem um acordo de cooperação assinado entre Brasil e Colômbia, em que há interesse dos vizinhos se conectarem ao Norte Conectado, especialmente em Tabatinga. Isso vai proporcionar às redes de telecomunicações brasileiras uma saída pelo Pacífico, dando maior resiliência às nossas comunicações”, disse o presidente da EAF.