Governo dos EUA sugere comprar controle de Ericsson e Nokia para bater a Huawei
No vale-tudo que vai se transformando a “corrida pelo 5G”, o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, defendeu na quinta, 6/2, ao participar de uma conferência sobre a China, que o governo americano, sozinho ou com aliados, adquira posição de controle sobre as empresas europeias de equipamentos de rede Ericsson e Nokia, segunda e terceira maiores fabricantes do mundo, atrás da chinesa Huawei.
“Colocar nosso grande mercado e musculatura financeira por trás de uma ou das duas empresas fariam um competidor muito mais formidável e eliminaria preocupações com sua continuidade como força relevante”, afirmou Barr.
Em seguida, o procurador-geral dos EUA emendou com uma avaliação para além dos costumeiros argumentos ligados à segurança dos dados como motivo para combater a Huawei: “Na medida que a China captura mais e mais dados gerados por infraestruturas de 5G, ela é capaz de produzir uma melhor inteligência artificial, porque quanto mais dados, melhor IA”.
Nesta sexta, o ministro de Energia e Desenvolvimento Digital da Suécia, Anders Ygeman, afirmou que um potencial interesse dos EUA faria sentido uma vez que não existem empresas dos Estados Unidos que contenham linhas completas de soluções em 5G. Mas avisou que a Ericsson até aqui não tinha recebido nenhuma proposta concreta. “Não há nenhuma proposta concreta dos EUA e se tivesse tal proposta ela caberia aos acionistas da Ericsson responder”, disse o ministro à agência Reuters.
Se a proposta vai além da retórica do representante do governo americano ainda não é possível saber. Mas as ações das empresas mencionadas agradecem. Após as declarações de William Barr as ações da Ericsson se valorizaram em 4% e da Nokia 6%.