Na mobilidade, os dispositivos vestíveis são os que mais vendem no Brasil
Dispositivos vestíveis representam a categoria que mais cresce atualmente entre os dispositivos móveis, apesar das limitações ainda relevantes pelos altos preços desse mercado de nicho. No Brasil, as vendas de artigos como ‘fit bands’, ‘smartwatches’, fones de ouvido e até óculos inteligentes atingiram a marca de 87.974 unidades no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 51,6% em relação ao mesmo período em 2018. Os dados são da IDC Brasil.
Segundo a consultoria, essa categoria está ganhando maior projeção no Brasil, com grandes fabricantes investindo no lançamento de produtos no mercado nacional e consumidores mais interessados em saber e ter um ‘wearable’. Em 2018, foram vendidas 241,3 mil unidades de ‘vestíveis’, o que representa um crescimento de 44,2% em comparação a 2017.
Para o ano de 2019, a projeção é de um crescimento de 91% nas vendas em relação a 2018, com um volume estimado em 461,7 mil unidades, sendo 208,5 mil básicos e 253,2 mil dispositivos smart. Os dispositivos mais simples, basicamente voltados ao uso para fitness e saúde (contagem de passos, monitoramento de sono), estão cada vez mais dividindo o espaço com produtos mais robustos e com especificações melhores, que oferecem funções como capacidade de baixar aplicativos de terceiros, notificação e realização de chamadas, recursos mais aprimorados como controle de glicemia e batimento cardíaco, e GPS mais preciso.
Em 2018, as vendas de dispositivos básicos corresponderam a 110,4 mil unidades, com crescimento de 7,2% em relação a 2017, enquanto os equipamentos mais inteligentes chegaram a 130,9 mil unidades, um aumento de 103,3%. No primeiro trimestre de 2019, esse movimento se confirmou, com crescimento de 19,5% no número de dispositivos básicos, com 39.360 unidades vendidas, e de 93,7% na categoria superior, com 48.614 unidades.
O fator preço tem um peso importante neste mercado, que ainda é limitado a um nicho premium. O ticket médio para os dispositivos básicos foi de R$ 1.069 no primeiro trimestre de 2019, e de R$ 2.156 para os smartwatches mais inteligentes. O alto custo é típico de novas categorias de produto, que usam componentes específicos e ainda não tem uma produção em grande escala. No caso do Brasil, esses dispositivos são importados e impactados pela carga tributária e dólar alto.
A IDC acredita que com a consolidação do mercado e fabricantes investindo em produtos tanto para os segmentos de entrada como premium, a tendência é de uma gradual massificação e redução do ticket médio. Enquanto no primeiro trimestre do ano passado os dispositivos wearables de marcas desconhecidas correspondiam a 44% das vendas, neste ano essa participação caiu para 4%.