Operadoras competitivas têm receita líquida de R$ 6,6 bilhões em 2017
O mercado brasileiro de banda larga fixa está em expansão, o que permite o aumento da quantidade de prestadoras, dos acessos e da receita, e a fibra ótica se consolida como opção principal para as redes de backbone, backhaul e acesso (FTTH/GPON). Mas a maturidade do mercado deve levar à consolidação de prestadoras e ao aumento da competição entre elas e com as líderes de mercado. Estas foram algumas das tendências apresentadas por Eduardo Tude, da consultoria Teleco, durante sua palestra no o XI Seminário TelComp 2018, que ocorre nesta terça-feira, 13/11, em São Paulo.
Tude apresentou dados do estudo que fez acerca do universo das operadoras competitivas. No final do terceiro trimestre, o Brasil tinha 30,7 milhões de acessos banda larga fixa, mas Tude alertou que este número pode ser maior, uma vez que nem todos reportam os acessos. “Achamos 627 prestadoras que reportaram 359 mil acessos em dezembro de 2017, mas que não o fizeram em setembro de 2018”, disse.
As operadoras competitivas têm sido responsáveis por mais de 80% das adições líquidas. “Observamos que, depois da crise de 2015, a banda larga voltou a crescer e as grandes responsáveis por isto foram as operadoras competitivas”, acrescentou. Nenhuma das competitivas tem marketing share superior a 2% do total e 6,1 mil prestadoras, ou 97,8%, contam com menos de 5 mil acessos. Das competitivas, 7,2 mil têm autorização de SCM e 5 mil reportaram os acessos para a Anatel em setembro último.
“Juntas, as competitivas podem superar, como grupo, a líder do mercado em market share, a Claro. O conjunto já ultrapassou a Oi e a Vivo e devem terminar 2018 na segunda colocação”, apontou Tude, ao comentar o cenário de competição na banda larga fixa no Brasil. Em setembro, a Claro detinha 30,2% de market share, as competitivas juntas somavam 25,1%, à frente da Vivo (24,7%) e da Oi (20%). Já em receita líquida, as competitivas responderam por 23% em 2017, atrás da Vivo, Oi e Claro. No total, a receita líquida das operadoras competitivas ficou em torno de R$ 6,6 bilhões no ano passado.
Com relação à tecnologia de acesso, a fibra ótica já é a principal; inclusive, as competitivas têm puxado o crescimento de FTTH no Brasil, com 55% do total dos acessos desta tecnologia em setembro. A fibra também está no backhaul, com as competitivas tendo backhaul com fibra em 2 mil municípios em 2017. No segundo trimestre, a velocidade média das ofertas de banda larga fixa das principais competitivas era superior a 20 Mbps. Tude lembrou que apenas 17 competitivas reportaram a velocidade.
“As competitivas responderam por 23% da receita líquida de banda larga fixa em 2017 e por 25% dos acessos no terceiro trimestre. Elas lideraram o crescimento com mais de 80% das adições líquidas em 2017 e nos primeiros nove meses de 2018, além de liderarem o crescimento de redes de fibra ótica FTTH”, resumiu Tude. A consolidação será uma realidade no mercado de operadoras competitivas.
O especialista lembrou que, atualmente, o mercado brasileiro passou por uma fase de expansão e de crescimento, com as prestadoras aproveitando este momento para crescer. “Mas, olhando para frente, este momento de expansão e de ganho de market share vai chegar a ponto de estabilização e vamos ver movimentos de consolidação”, pontuou. Assistam a entrevista com Eduardo Tude.