Redes Privativas: setor de telecom precisa falar a língua dos clientes
Se as operadoras de telecom não falarem a língua do cliente, as redes privadas não vão trazer os resultados esperados, adverte o chefe global de nuvem do Grupo Vodafone, Jaime Diez. Segundo ele, a precificação não é mais em velocidade, baixa latência ou geração de tecnologia, mas, sim, baseada nos benefícios proporcionados ao negócio das empresas. “Uma abordagem única de venda nas redes privadas é o caminho para o erro. O produto tem de ser personalizado e customizado para cada cliente”, adicionou.
Posição defendida pelo chefe de liderança global de telecomunicações da Dell Technologies, Jillian Kaplan. Segundo ele, o cliente interessado nas rede privada não quer mais velocidade e feeds. “Ele quer saber como a infraestrutura vai impactar nos resultados financeiros, expandir o negócio e reduzir os custos operacionais”.
Um dos pontos importantes para o avanço das redes privadas é a eliminação do atrito existente entre o processo de implantação e a operação. “é uma questão complexa que precisa ser muito bem equacionada no ecossistema. O cliente quer qualidade acima de tudo com as redes privadas”, adiciona Kaplan. O chefe global de desenvolvimento de negócios em nuvem de telecomunicações na AWS, Sameh Naguib, diz que também há desafios econômicos para as redes privadas.
“São orçamentos pesados e a melhor forma seria as teles adotarem conceitos da economia da nuvem e dos modelos de assinatura para permitir as experimentações dos clientes, que teriam, assim, uma ideia dos resultados comerciais com os investimentos”, pontuou Sameh Naguib.
Empresas ao redor do mundo vão investir US$ 10 bilhões em 2028 em redes celulares privativas, 10 vezes mais do que o US$ 1 bilhão previsto para 2023, projeta estudo da Juniper Research. De acordo com o relatório da consultoria, as três verticais que vão liderar projetos desse tipo serão, nesta ordem: manufatura, energia e serviços públicos. A indústria será a principal demandante de redes celulares privativas, especialmente em 5G, por causa da necessidade de alta velocidade, baixa latência e grande densidade de máquinas conectadas.