Telecom derruba PIB de serviços
Enquanto o governo já trata 0,1% de alta no PIB no terceiro trimestre como sinal de crescimento, a quebra do desempenho da economia por setores mostra que ao contrário do comércio e da indústria, que demonstram alguma recuperação em 2017, o setor de serviços segue no vermelho. E quem puxa para baixo é especialmente o segmento das telecomunicações.
No retrato de julho a setembro, a agropecuária caiu 3%, a indústria cresceu 0,8% e os serviços tiveram alta de 0,6%. Mas no acumulado do ano, a produção agrícola com safra recorde é o principal destaque positivo (alta de 14,5%). A indústria tem média ruim (-0,9%), mas isso se deve essencialmente ao setor de construção (-6,1%). Em serviços, o recuo de 0,2% reflete o comércio puxando para cima (+0,8%), mas ‘informação e comunicação’ em sentido contrário, queda de 2% no ano até aqui, contra a média do PIB que cresce 0,6% no mesmo período.
Além do acumulado do ano, o segmento vai mal tanto no mês (-0,1%) como na comparação com o terceiro trimestre de 2016 (-3%). E segundo já apontava o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, os serviços de informação e comunicação continuam andando para trás e, devido ao seu peso, arrastando junto com eles o setor de serviços como um todo.
Ao analisar o setor de serviços até setembro, o Iedi apontou que “o declínio mais intenso nesta comparação coube aos serviços de informação e comunicação, especialmente em função de seu componente telecomunicações (-3,4% ante 2ºT/17). Este pode ser um sinal de que as finanças das famílias e empresas ainda não estão saneadas o bastante para evitar a redução da demanda desse tipo de serviços, o que, neste caso, é facilitado pelo surgimento de novas tecnologias”.
