TIM espeta Highline: Transformar Oi em várias MVNOs não ajuda o cliente
Em disputa bilionária para ficar com a operação móvel da Oi, a TIM aproveitou a apresentação de resultados nesta quintfeira, 30/7, para alfinetar o modelo proposto pela concorrente pelo ativo, a Highline, de manter uma rede móvel neutra. Além de ressaltar que as regras no Brasil não permitem manter espectro sem oferta comercial, a TIM questionou a viabilidade de a Oi ser transformada em diferentes MVNOs.
“É uma coisa interessante, porque esse é um mercado que exige inovação. Portanto, se mudar o marco regulatório, talvez também possamos fazer uma avaliação. Até agora faz sentido trabalhar de maneira integrada. Houve sucesso quando envolveu uma tele tradicional e, por exemplo, um grande varejista. Mas vemos players que não conseguiram economia de escala. Temos uma situação em que alguns players não conseguem o mesmo nível de qualidade dos outros. Se transformar esse player em diversos MVNOs, não vai aumentar a frequência para o cliente”, apontou o presidente da TIM Brasil, Pietro Labriola.
Guerra é guerra. O consórcio entre TIM, Vivo e Claro até aumentou a oferta pela Oi Móvel, para R$ 16,5 bilhões, exatamente na tentativa de bater a proposta da Highline, que está de olho nos demais ativos da Oi com planos de ser um operador neutro tanto no mercado fixo como celular. Além de questionar a viabilidade do modelo, a TIM insistiu que, ao menos por enquanto, a proposta também não cabe no modelo regulatório vigente.
“A regulação do MVNO no Brasil está em vigor desde 2010. É um negocio já implementado e com regulamento próprio. Por outro lado, um atacadista no mobile está fora do escopo da regulamentação, porque todas as autorizações de espectro e serviços móveis implicam necessariamente em atividade com o cliente final. Então não pode ter espectro sem ter uma oferta de varejo e o cumprimento de todas as obrigações relacionadas”, emendou o vice presidente para assuntos regulatórios e institucionais da operadora, Mario Girasole.
Impacto da Covid-19
Quanto aos números, a TIM sentiu o impacto da pandemia de Covid-19 e anotou queda de 15% no volume de recargas do pré-pago, o que provocou recuo de 10,7% nas receitas do segmento no segundo trimestre – embora aponte que os dados mais recentes já são melhores que o do início do período. As linhas pré-pagas caíram 8,7%, para 30,7 milhões.
As receitas com pós pago também tiveram queda, de 1,1%, com a base estável em 21,3 milhões de acessos. Segundo a TIM, o fechamento das lojas afetou novas adesões. Houve bons números na operação fixa, com o segmento de banda larga apresentando crescimento de 20%, para 606 mil acessos. A receita líquida do grupo recuou 6,5% e fechou o trimestre em R$ 3,98 bilhões. Como resultado consolidado, a tele fechou o segundo trimestre com queda de 24% no lucro, que ficou em R$ 260 milhões.