TIM se mostra ‘cautelosa’ ao falar de possível disputa por Nextel e Oi
A TIM se mostrou bastante cautelosa ao falar de possíveis aquisições no Brasil por conta da liberação de espectro autorizada pela Anatel. Os rumores dão conta de interesse nas compra da Nextel, que passa por um momento complicado, e remontam à possível aquisição da Oi, como consolidação de mercado. Em sua primeira teleconferência de resultados, realizada nesta quarta-feira, 07/11, Sami Foguel adotou bastante cautela ao falar sobre o assunto. “Faz sentido pensar numa fusão com elas?”, observou.
Posição compartilhada pelo CTO da operadora, Leonardo Capdeville, ao avaliar a questão da necessidade de espectro. “Temos que ver se vale a pena para a nossa estratégia. Fizemos o refarming e vamos fazer o refarming de 2,1GHz para aumentar a nossa capacidade em até 30%”, revelou.A operadora adiantou que o refarming do 2,1GHz acontecerá nas cidades de Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC). A intenção da companhia é finalizar a redestinação da faixa de frequência até o final do primeiro trimestre de 2019.
Segundo Capdeville, a TIM já tem 180 cidades usando 2,1GHz no 4G. O Nordeste foi a região usada para começar, mas já há a expansão para o Sul e Sudeste. De acordo com o CTO, hoje, 80% da base de usuários da TIM tem dispositivos compatíveis com os 2,1 GHz. Com a redestinação de faixas, a operadora poderá fazer agregação de portadoras usando espectro de 1,8 GHz, 800 MHz e 700 MHz.
Foguel sustentou o seu plano de digitalizar a TIM para melhorar a experiência do cliente. Segundo ele, o objetivo é o de otimizar o atendimento online e aprimorar o autosserviço como forma de estreitar os laços entre assinantes e a operadora. “Melhorar o atendimento ao cliente é uma prioridade minha de gestão. A TIM vai ser a melhor operadora do mercado não apenas em infraestrutura, mas, principalmente, na satisfação do cliente”, observou.
Do ponto de vista financeiro, a TIM segue o caminho da Telefônica e acredita que vai recuperar, em créditos fiscais, nos próximos 48 meses, R$ 3,2 bilhões pagos em impostos indevidos entre 2001 e 2007. A empresa aguarda apenas o trânsito em julgado de decisões judiciais que questionam a inclusão de valores do ICMS no cálculo do das contribuições de PIS e Cofins. Em 2017, o STF considerou tal cálculo ilegal, abrindo oportunidade de ganho nos casos de questionamentos.
balanço financeiro
A receita líquida da TIM cresceu 4,4% no terceiro trimestre de 2018 no comparativo com igual período do ano anterior, totalizando R$ 4,261 bilhões, segundo balanço financeiro divulgado pela operadora. Considerando o acumulado de nove meses até setembro, a companhia somou R$ 12,571 bilhões, um avanço de 5%.
Os investimentos da TIM no trimestre caíram 10,3%, totalizando R$ 905 milhões. Ainda assim, o acumulado dos nove meses mostrou um Capex total de R$ 2,568 bilhões, o que representa aumento de 3,3% no comparativo com 2017. A companhia ressalta que houve “crescimento importante nos investimentos em fibra e cobertura móvel”, mas não detalhou onde foi possível reduzir o Capex.
Do ponto de vista operacional, a TIM encerrou setembro com uma base total de 56,241 milhões de clientes móveis, uma redução de 5,3% comparado com o ano passado. Desse total, 36,604 milhões eram de acessos pré-pagos (queda de 14,1%), enquanto o pós-pago totalizou 19,637 milhões (avanço de 17,1%). Considerando apenas os contratos 4G, a companhia aumentou em 33,5% sua base, que totaliza 33,112 milhões de acessos. Já o serviço fixo TIM Live cresceu 19,5% no período, somando 449 mil contratos.
Em termos de cobertura, a TIM encerrou o trimestre com 3.172 cidades com 4G, um avanço de 32,1%. Desse total, 1.172 foram habilitadas com 700 MHz, avanço de 289,4%; e 2.110 contam com VoLTE (contra apenas 177 em setembro de 2017). A operadora ainda tem cobertura 3G em 3.127 municípios, um aumento de 6,8%.
A companhia destaca ter encerrado o período com 18.800 sites, dos quais 64% eram conectados com backhaul “de alta capacidade”. Somados, o backbone e backhaul da operadora totalizavam 86,7 mil km, um aumento de 8%. Considerando somente a banda larga fixa da TIM Live, a base contava em setembro com 761 mil domicílios cobertos (homes-passed) em FTTH e 3,6 milhões em FTTc, totalizando 4,1 milhões de residências em 12 cidades.